23/07/12
Brasil e Índia são as apostas do economista Barry Eichengreen, professor
de Economia e Ciências Políticas da Universidade da Califórnia (UC), em
Berkeley, para fornecerem moedas de reserva internacional num prazo de
10 ou 20 anos. Em apresentação no seminário "O Brasil e o mundo em
2022", nesta segunda-feira, no Rio, Eichengreen discorreu sobre as
dificuldades dos Estados Unidos, sua perda de peso relativo na economia
global e como isso afeta o dólar e os sistemas financeiros.
Para o economista, embora o dólar ainda seja a única verdadeira moeda
internacional, uma mudança é inevitável. O problema é que não há
alternativas imediatas. "O pior dos mundos será se os investidores
perderem a confiança no dólar antes de haver uma alternativa", afirmou
Eichengreen, lembrando que a falta de fontes seguras de reserva e
liquidez internacionais foi um dos problemas da Grande Depressão nos
anos de 1930.
O professor também discutiu sobre a possibilidade de o yuan da China
assumir esse papel. Embora as autoridades chinesas estejam trabalhando
ativamente pela internacionalização do yuan, Eichengreen destacou alguns
desafios, um deles o mercado financeiro ainda pequeno, e incertezas,
como o fato de que nunca houve um país fonte de liquidez internacional
que não fosse uma democracia.
No fim da apresentação, Eichengreen perguntou ao público que outros
países poderiam ser fonte de liquidez internacional. A resposta veio no
slide final de sua apresentação, onde figuravam as bandeiras do Brasil e
da Índia.
Pouco antes, ao comentar o cenário de crise na Europa, Eichengreen
afirmou que apenas um "Plano Marshall" poderá manter a Grécia no euro,
referindo-se ao plano norte-americano de reconstrução da Europa após a
Segunda Guerra Mundial. O economista se disse cada vez mais pessimista
com a situação europeia.
Fonte: Agência Estado
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