O GLOBO, 28 de julho de 2012.
Nesses locais, propaganda política e assistencialismo viram caridade ou ação social
RIO - Se a fé move montanhas, não custa tentar garantir a multiplicação
dos votos. É de olho no eleitorado evangélico, estimado em cerca de 20%
dos 11,8 milhões de eleitores do estado, que candidatos ligados a
igrejas evangélicas pentecostais vêm fazendo de templos religiosos uma
extensão de seus comitês eleitorais.
Nesses locais, propaganda política e assistencialismo ganham contornos
de caridade ou ação social, como o GLOBO constatou na sede da Igreja
Primitiva do Amor, em Nova Iguaçu, e na Assembleia de Deus dos Últimos
Dias, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
...
O procurador regional eleitoral, Maurício da
Rocha Ribeiro, afirma ser proibida a campanha política em templos
religiosos, considerados bens comuns. O que pode resultar em ação por
descumprimento da lei eleitoral, que prevê multa de R$ 2 mil a R$ 8 mil,
além da retirada de cartazes e galhardetes. O procurador ressalta que líderes religiosos podem, como qualquer cidadão, demostrar suas preferências políticas, mas não podem fazer campanha negativa sobre candidatos.
Com relação ao uso de templos religiosos para a distribuição de benesses
e realização de cadastros para programas sociais, os responsáveis podem
ser acusados de abuso de poder econômico e político:
— Essa é uma conduta grave, mas que deve ser apurada de forma detalhada,
com provas que configurem abuso de poder econômico e político.
Nesse caso, pode resultar até na cassação do registro do candidato — disse o procurador.
http://oglobo.globo.com/pais/evangelicos-usam-estrutura-de-templos-em-suas-campanhas-5613237
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