Publicação: Quinta-feira, 22/11/2012 às 04:58:00
A onda de violência com mortos e feridos a tiros marcou mais uma
noite na Região Metropolitana de São Paulo. Foram pelo menos 10 pessoas
assassinadas e oito feridas num intervalo de menos de sete horas, entre
as 18h30 de quarta-feira, 21, e a 1h30 desta quinta-feira, 22. A soma da
violência das duas últimas noites chega a 20 mortos e 21 feridos. O
total da semana (últimas sete noites) é de 53 mortos e 42 feridos,
segundo levantamento do estadão.com.br. Os casos foram registrados nas
delegacias da região, porém a maioria será investigada pelo Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Três das vítimas da
noite desta quarta-feira foram executadas em uma chacina no Jardim São
Luiz, na zona sul da capital, elevando para 18 o número de crimes do
tipo neste ano, com um total de 60 mortes. Foram sete crimes em São
Paulo e 11 nas demais cidades. Quatro suspeitos morreram e um ficou
ferido em confrontos com a Polícia Militar. Uma motorista de ônibus foi
assassinada durante o trabalho em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
Na zona leste de São Paulo, o dono de uma padaria matou um cliente e
feriu outro durante uma discussão.
Seis pessoas foram
baleadas por volta das 23h30 dentro de um bar na Rua Albino Correia de
Campos, na região do Jardim São Luís, zona sul da cidade. No local
ocorria um show sertanejo. Dos seis baleados, três morreram - dois
homens e uma mulher. Entre as vítimas está a produtora fonográfica
Luciene Neves. Todas os feridos foram levados para o pronto-socorro do
M' Boi Mirim, onde três não resistiram. Outros dois homens e uma mulher
permaneciam internados. Os tiros foram disparados pelo garupa de uma
moto. Armado, o desconhecido desceu do veículo, entrou no bar e abriu
fogo. A dupla continua foragida.
Também no final da noite, a
motorista de ônibus Odete Lino dos Santos, de 36 anos foi assassinada
durante o serviço na cidade de Franco da Rocha, região norte da Grande
São Paulo. O crime ocorreu dentro de um dos coletivos da Viação
Moratense. O ônibus saiu de Francisco Morato, cidade vizinha, e havia
acabado de chegar no ponto final, na altura do número 1.200 da Avenida
São Paulo, no Parque Paulista.
Segundo testemunhas, um
rapaz aguardou que o ônibus encostasse e disparou vários tiros contra
Odete. Atingida por três tiros, ela morreu no pronto-socorro municipal
de Franco da Rocha. Um dos disparos atingiu de raspão o braço esquerdo
do cobrador, que foi atendido no mesmo hospital. O assassino fugiu.
Parentes relataram à polícia que Odete havia discutido dias antes com o
ex-marido. Localizado, ele prestou depoimento, negou a autoria do crime,
e, como não foi localizada nenhuma testemunha que o reconhecesse,
acabou liberado.
Três supostos confrontos entre suspeitos e
a Polícia Militar deixaram um saldo de quatro mortos e um ferido. Não
há policiais entre os baleados. O primeiro tiroteio ocorreu às 18h30 na
Vila Clara, região de Americanópolis, zona sul da capital, entre PMs das
Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicleta (Rocam) e suspeitos
abordados em uma viela na altura do número 5.597 da Avenida Engenheiro
de Armando Arruda Pereira. Assim que os policiais se aproximaram,
segundo a PM, os criminosos sacaram armas e atiraram. No revide, três
dos suspeitos foram baleados. Levados para o pronto-socorro municipal do
Jabaquara, dois deles não resistiram. Os policiais apreenderam um
revólver e duas pistolas, além de porções de crack e maconha.
Meia
hora depois, em Mauá, no Grande ABC, um policial militar, de folga e à
paisana, foi vítima de tentativa de assalto. Ao volante de um Gol
branco, foi abordado por um assaltante em um dos semáforos da Avenida
Capitão João, no Jardim Guapituba. O policial sacou sua pistola e
reagiu, trocando tiros com o ladrão, que foi baleado e morreu a caminho
do Hospital Nardini. Uma hora e meia mais tarde, no Jardim Roseli,
região de São Mateus, na zona leste de São Paulo, ocupando um Renault
Clio cinza, um policial militar, também em horário de folga, foi atacado
quando chegava em casa, na esquina da Rua Custódio do Nascimento com a
Avenida Ragueb Chohfi. Ao perceber a aproximação de dois homens armados,
ele sacou sua pistola e trocou tiros com os criminosos, baleando um
deles. O suspeito foi levado para o pronto-socorro de São Mateus, mas
chegou sem vida; o outro fugiu. Já o policial ficou ileso.
Por
volta das 21 horas, o comerciante Francisco Vieira de Araújo, de 40
anos, dono de uma padaria, atirou contra dois clientes durante uma
discussão dentro do estabelecimento comercial, localizado na Rua Manoel
Veloso da Costa, no Jardim Vila Carrão, na zona leste de São Paulo. Um
dos clientes foi identificado como Marconi Cândido de Oliveira. Ambos
foram levados para o pronto-socorro do Hospital Geral de São Mateus,
onde Oliveira acabou morrendo. A outra vítima permanecia internada e o
comerciante, foragido.
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