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Adriana Cruz / Aline Freire / Vania Cunha |
Contagem (Minas Gerais) -
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues determinou, nesta terça-feira, multa
de R$ 18.660 para o advogado Ércio Quaresma, que defendia Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, e abandonou o julgamento no primeiro dia.
Também pagarão o mesmo valor os advogados Fernando Magalhães e Zanone
Manoel de Oliveira Junior. Os defensores terão 20 dias para pagar a multa à Justiça.
O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno e mais quatro réus do
desaparecimento e morte de Eliza Samudio no Fórum de Contagem foi
marcado por atritos entre a magistrada e os advogados de defesa. "Se ela
(juíza) continuar, vai fazer o julgamento sozinha. Vou embora", ameaçou
Ércio Quaresma antes de abandonar a defesa de Bola.
O goleiro Bruno ficou sentado no banco dos réus, em Minas, ao lado da ex-mulher Dayanne Rodrigues | Foto: Divulgação |
Quaresma alegou que, desde a sua entrada no plenário, o direito
de defesa dos réus foi cerceado pela magistrada. O advogado disse que
pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Tenho a presença aqui
de Luiz Flávio Gomes, não preciso de mais nada", avisou, referindo-se a
um dos mais renomados criminalistas do País, que está presente na
plateia do Tribunal de Justiça de Contagem.
Reclamações antes de abandono
O defensor de Bola pediu que o tribunal disponibilize uma cópia da
mídia usada durante o julgamento e alegou que precisa ter o equipamento
disponível em seu computador para ter direito à defesa plena. A mídia
solicitada pelo advogado é a transmissão em vídeo dos depoimentos dos
réus e testemunhas.
Quaresma afirmou que, em ocasiões anteriores, a cópia não foi
disponibilizada para a defesa. A juíza, por sua vez, afirmou que
disponibilizou as imagens, de acordo com o direito de preservação de
imagem das testemunhas. Caso quisessem, os advogados poderiam copiar
tanto as filmagens dos interrogatórios dos réus, quanto das testemunhas.
"Tem dois anos que o processo está em curso
e a defesa poderia ter solicitado as imagens", afirmou, categórica, a
juíza Marixa Fabiane, após nova tentativa do advogado de tumultuar o
início da sessão.
Noiva de Bruno, Ingrid (à esquerda) acompanha julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia |
Relembre o caso
A modelo paranaense Eliza Samudio teve um caso com o ex-goleiro do
Flamengo. Depois de engravidar, afirmou que o pai da criança era Bruno.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, para se livrar das
cobranças, Bruno teria planejado o assassinato de Eliza, então com 25
anos. A criança nasceu em 2010.
A vítima foi sequestrada em 4 de junho de 2010 na Barra da Tijuca.
Dormiu na casa de Bruno no Recreio dos Bandeirantes e chegou ao sítio em
Minhas Gerais dia 6. Ela teria sido assassinada no dia 10 do mesmo mês.
Primeiro dia de julgamento
Houve discussão por lugares no plenário onde acontece o julgamento
|
São julgados Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do atleta, Dayanne
Souza, ex-mulher de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do
jogador. O adovogado do ex-policial civil Marcos Aparecido Santos, o
Bola, ércio Quaresma, deixou o júri e seu cliente será julgado
separadamente.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, partes do corpo de Eliza
foram entregues para cachorros e os ossos da vítima, concretados no
mesmo terreno em que ela teria sido assassinada, um sítio em Esmeraldas
(MG), propriedade de Bruno. Nada foi encontrado até hoje.
Fonte: O Dia Online
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