Autor(es): LANDERCY HEMERSON
Para promotor, a pena imposta a Macarrão incrimina o goleiro como mandante do assassinato da modelo. Defesa critica júri
O promotor Henry anunciou novas investigações sobre a morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador, e admitiu que pedirá apoio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas da Polícia Civil (GCOC), que trabalha em parceria com o Ministério Público. Para o promotor, a defesa de Bruno falhou ao permitir o desmembramento do júri. “Luiz Henrique não faria a confissão se Bruno e o Bola (o ex-policial Marcos Aparecido Santos) estivessem sentados no banco dos réus ao lado dele”. Segundo Henry, a situação do goleiro se complicou com a condenação de Macarrão e, mesmo no caso de uma confissão, não será beneficiado com redução de pena. “A confissão seria irrelevante, pois ele já está mergulhado até o pescoço. Acredito que o único caminho da defesa será partir para o tudo ou nada, pois Bruno já está definido como mandante do assassinato praticado por Bola”, resumiu.
Macarrão foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado, praticado por motivos torpe, asfixia da vítima e pela impossibilidade de defesa. Mas com a confissão, considerada parcial pela juíza Marixa Fabiane, ele teve a pena reduzida para 12 anos pelo homicídio, além de três anos pelo sequestro e cárcere privado, somando 15 anos de reclusão. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê.
Henry Wagner destacou também que o júri de Macarrão e Fernanda foi além de confirmar o envolvimento de Bruno como o mandante do crime. Segundo ele, o julgamento trouxe detalhes das apurações nos autos, que serão investigados, como o envolvimento do policial civil aposentado José Laureano, o Zezé, que na fase do inquérito policial aparece como a pessoa que apresentou o goleiro a Bola. “Luiz falou que entregou Eliza a uma pessoa num Palio preto. Zezé teria um carro com essas características”, sugere.
Defesa
O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo não poupou críticas ao júri e à postura do promotor Henry Wagner. “O Ministério Público mineiro é maravilhoso, combativo. O promotor do caso é que não promoveu a Justiça, mas uma negociata, em que Macarrão teve redução de 40% da pena, com uma mentira, pois não foi uma confissão. Foi um balcão de negociação na área penal.”
Segundo Adolfo, nos próximos dias ele entrará com recurso de nulidade do julgamento, pela forma de condução do processo. Ele quer também que seja declarada a suspeição da juíza Marixa Fabiane para o júri de seu cliente em 4 de março, o que impediria a magistrada de presidir a sessão. Segundo o advogado, a juíza não agiu de má-fé no júri, mas cometeu “uma tonelada de erros”, com base no Código de Processo Penal. “Acho que não agiu mal-intencionada, mas por incompetência”, alfinetou.
“A confissão seria irrelevante, pois ele já está mergulhado até o pescoço. Acredito que o único caminho da defesa será partir para o tudo ou nada, pois Bruno já está definido como mandante do assassinato praticado por Bola”
Henry Wagner Vasconcelos, promotor
Fonte: Correio Braziliense - 25/11/2012
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