São Paulo — A presidente Dilma Rousseff não escondeu ontem a
preocupação com o ritmo titubeante da economia, que não está
respondendo a contento aos vários estímulos dados pelo governo. As
dificuldades são mais visíveis na indústria, que enfrenta sérias
dificuldades para enfrentar a concorrência externa. Nem mesmo as medidas
protecionistas anunciadas pelo Ministério do Desenvolvimento,
dificultando a entrada de importados no país, está sendo suficiente para
dar um novo gás à produção nacional.
Ao se encontrar ontem com representantes da indústria, durante a
abertura da Olimpíada do Conhecimento, promovida pelo Senai, Dilma
cobrou empenho de todos para a retomada do crescimento, sobretudo por
meio da elevação dos investimentos. Assustou o governo o fato de a
prévia do Produto Interno Bruto (PIB) de setembro, calculada pelo Banco
Central, ter apontado queda de 0,52%, o pior resultado em 11 meses.
Em seu discurso, a presidente defendeu a importância da indústria e
destacou que o país precisa de seus "empregos de qualidade" e a sua
capacidade de inovação. Diante de estudantes de escolas técnicas, ela
enfatizou os investimentos do governo no ensino técnico e reafirmou a
necessidade de capacitação internacional para impulsionar a
competitividade da economia brasileira. "Somos um país que precisa da
nossa indústria", disse. E acrescentou: "Se nós queremos, de fato,
aumentar a nossa taxa de crescimento; se nós queremos, de fato, termos o
desafio de chegarmos a ser uma sociedade cada vez mais avançada, nós
precisamos da nossa indústria, tanto dos empregos de qualidade que ela
gera, quanto da sua capacidade de gerar inovação".
Tombo
A presidente deixou claro que o governo está fazendo a sua parte
para a retomada do crescimento. Por isso, abriu mão de mais de R$ 45
bilhões em impostos por meio de medidas de estímulo ao consumo e à
produção para enfrentar os efeitos da crise internacional, que está
afetando, principalmente, os países da Zona do Euro. Recentemente, o
Ministério da Fazenda prorrogou a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) sobre veículos até o fim deste ano, prazo válido
também para eletrodomésticos da linha branca. A despeito dos
incentivos, a produção industrial recuou 1% em setembro, o pior
resultado em oito meses.
Fonte: Correio Braziliense - 15/11/2012
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