06/11/2012 - 17h16
Elaine Patricia Cruz e Fernanda Cruz
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo – Os governos federal e de São Paulo decidiram pela
criação de uma agência integrada de inteligência para combater a
violência no estado. A decisão foi tomada em reunião na tarde de hoje
(6) entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, sede do
governo estadual. Somente este ano, 90 policiais foram assassinados em
São Paulo, segundo dados da Polícia Militar.
“A agência vai fazer com que as ações policiais sejam integradas,
especialmente na área de inteligência que é de grande importância. Não
se combate o crime organizado sem um serviço de inteligência eficiente.
E, somando esforços da inteligência da área federal com serviço de
inteligência da área estadual, teremos relatórios precisos que
orientarão as ações das nossas polícias”, explicou o ministro da
Justiça, em entrevista após a reunião, que foi fechada.
Um dos objetivos da agência será o de conter o fluxo financeiro das
organizações criminosas. “Os relatórios de inteligência vão nos permitir
fazer o asfixiamento financeiro de organizações criminosas que estejam
atuando no estado. Esse asfixiamento é fundamental para se enfraquecer
as organizações criminosas”, disse o ministro.
Na semana passada, os governos federal e estadual acertaram uma
parceria para conter a onda de violência no estado. O acordo foi fechado
após troca de acusações entre os dois governos sobre a situação da
segurança pública em São Paulo. No dia 30 de outubro, o Ministério da
Justiça divulgou nota rebatendo acusações de que não teria oferecido
ajuda ao governo estadual e reiterando a disposição de pactuar um plano
de segurança pública integrado entre as esferas estadual e federal.
Na próxima segunda-feira (12), continuou Cardozo,já será feita a
primeira reunião de representantes da agência, em São Paulo, para
começar a estudar um plano de contenção nas fronteiras estaduais.
“Deveremos assinar um acordo já na próxima segunda-feira, quando haverá a
primeira reunião dessa agência”, disse o ministro. A agência será
coordenada pelo superintendente da Polícia Federal em São Paulo Roberto
Troncon e pelo secretário-adjunto de Segurança Pública Jair Manzano.
Além da criação da agência, o governador de São Paulo citou outras
cinco ações que serão desenvolvidas em parceria com o governo federal
para o combate à violência no estado: a contenção nas fronteiras do
país, com fiscalização reforçada nos aeroportos, portos e rodovias;
ações de enfrentamento e combate ao crack, que podem incluir
vídeo-monitoramento e bases móveis comunitárias; ações penitenciárias
com possibilidade de transferência de presos responsáveis por
assassinatos de policiais e de agentes penitenciários; a criação de um
centro de controle de comando integrado e a criação e fortalecimento de
um centro pericial, integrando as polícias científicas.
“É fundamental nós trabalharmos unidos para pensar na questão da
segurança pública. Foi uma reunião proveitosa, bastante objetiva e com
metas e datas para podermos avançar nesse trabalho”, disse o governador
de São Paulo. Além do ministro e do governador, outras 27 pessoas
participaram da reunião, entre eles, o secretário estadual de Segurança
Pública Antonio Ferreira Pinto, o chefe da Casa Civil em São Paulo
Sidney Beraldo e o secretário de Administração Penitenciária Lourival
Gomes.
“As medidas que estamos tomando nesse momento são corretas,
definidas em comum acordo e que terão impacto muito importante no
enfrentamento de organizações criminosas no estado de São Paulo e no
Brasil”, ressaltou o ministro.
Sobre a transferência de presos, ministro e governador não
informaram quantos presos deverão ser transferidos e nem quando isso vai
ocorrer. “As transferências de presos envolvidos com a morte de
policiais serão aceleradas”, falou o governador. “Não informaremos datas
de transferência e nomes por uma razão muito simples: dados de
segurança pública não se comentam”, acrescentou o ministro.
Edição: Carolina Pimentel
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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