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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Justiça eleitoral leva diretor do Google à polícia

Diretor do Google é detido pela PF
Autor(es): EDSON LUIZ
 Acusado de desobedecer uma decisão da Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul, o executivo prestou depoimento e acabou liberado pela Polícia Federal. TRE-MS revogou à noite o pedido de prisão
O diretor-geral do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, foi detido ontem pela Polícia Federal, em São Paulo, acusado de descumprimento de ordem judicial. A PF cumpriu mandado expedido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, que determinou à empresa, na semana passada, a retirada do YouTube de um vídeo contra um candidato a prefeito de Campo Grande. Além disso, a Justiça ordenou que o site de compartilhamento ficasse fora do ar na cidade por um período de 24 horas. Coelho seguiu para a Superintendência Regional da PF, mas não ficou preso. Acabou liberado depois de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), já que o crime é considerado de menor potencial ofensivo. No início da noite, a Justiça Eleitoral de Campo Grande também determinou a soltura do executivo.
Na quinta-feira da semana passada, o juiz Flávio Saad Perón, da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, determinou a retirada de vídeos do candidato a prefeito pelo PP, Alcides Bernal, já que nas imagens haviam acusações contra o político referentes a processos judiciais que tramitaram em segredo de Justiça. A empresa recorreu, alegando que se tratava de uma plataforma e não seria responsável pelo conteúdo postado pelos usuários.
Porém, na segunda-feira, o juiz do TRE-MS Amaury da Silva Kuklinski negou um habeas corpus e manteve o pedido de prisão do diretor-geral da multinacional. No vídeo postado na internet, Bernal é acusado de prática de supostas ações criminosas em um processo que teria sido aberto em 1990.
A Justiça encaminhou ontem o pedido de prisão à Polícia Federal, segundo informou a corporação, por meio de nota. "O mandado judicial trata do crime de desobediência previsto no Código Eleitoral (Artigo 347), com pena de até um ano de detenção, um crime de menor potencial ofensivo", diz o comunicado, acrescentando que Coelho apenas prestaria depoimento e seria liberado em seguida. "Será lavrado um termo circunstanciado de ocorrência, com a oitiva do conduzido e sua liberação após a assinatura do compromisso de comparecer perante a Justiça", ressalta a PF, explicando que o procedimento vale para todos os crimes de menor potencial ofensivo.
Outros casos
O pedido de prisão do executivo do Google não é o primeiro neste período eleitoral. No início do mês, o juiz eleitoral Ruy Jander, de Campina Grande (PB), determinou que a multinacional retirasse do ar uma propaganda considerada ofensiva a um candidato a prefeito. A medida foi revogada poucos dias depois pelo TRE da Paraíba. Outro caso ocorreu em Florianópolis, onde um postulante a vaga de vereador entrou na Justiça para que o Facebook fosse retirado do ar pois havia menções difamatória contra ele. Inicialmente, a ação foi aceita, mas logo depois acabou derrubada pela Justiça Eleitoral.
Os dois pedidos de prisão do executivo do Google — de Mato Grosso do Sul e da Paraíba — repercutiram principalmente nos Estados Unidos, tendo sido noticiado por alguns dos principais jornais, como The New York Times e Washington Post. No Brasil, o assunto também foi debatido nas redes sociais, principalmente depois que a detenção do diretor-geral da empresa começou a ser noticiada.

Fonte: Correio Braziliense - 27/09/2012

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