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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ELEIÇÕES MUNICIPAIS


"FAREMOS AUDITORIA MUITO GRANDE NAS EMPRESAS DE ÔNIBUS"
Fonte: O Globo - 13/09/2012
Com a língua afiada para atacar a gestão de Eduardo Paes (PMDB) e defender a de seu pai, Cesar Maia, na prefeitura, o deputado federal Rodrigo Maia, candidato do DEM a prefeito, procura conciliar promessas de redução de impostos e tarifas com uma série de investimentos. Com uma de suas propostas, comprará briga com donos de empresas de ônibus. Em entrevista ao GLOBO, disse que fará uma auditoria nas planilhas de custo dessas empresas, reduzirá a tarifa básica de R$ 2,75 para R$ 2,50 e implantará uma tarifa de R$ 1 aos domingos. Ao mesmo tempo em que propõe incentivar o transporte rodoviário, disse que o BRT Transbrasil, corredor exclusivo previsto para cortar a Avenida Brasil, não deve ser realizado, com os recursos sendo canalizados para metrô e trens. Com discurso voltado para servidores municipais, promete um plano de cargos e salários para o magistério e, em ataque a Paes, disse que a aprovação automática continua, de forma disfarçada, no 1º e 2º ciclos da rede municipal. Atacou o sistema de Organizações Sociais (OS) na Saúde e, novamente, procurou agradar aos servidores, dizendo que a gestão no setor não deve ser privada. Com o maior índice de rejeição (42% segundo o Datafolha), negou que isso seja reflexo do desgaste da última passagem de Cesar na prefeitura. Mas admitiu problemas na gestão do pai, sobretudo em conservação, após a realização dos Jogos Pan-Americanos. Sobre a obra mais polêmica de Cesar, a Cidade da Música, disse que ela será "o maior equipamento de cultura da América". E garantiu que sua vice, Clarissa Garotinho (PR), filha do ex-casal de governadores, terá "papel efetivo" em sua administração.
Índice de rejeição
Na última pesquisa, o senhor tem 42% de rejeição. A que atribui índice tão alto?
Não sou analista de pesquisa. Há outras pesquisas que mostram um dado diferente. Se há rejeição cabe a mim mostrar as minhas ideias, que tenho condição de ir para o segundo turno. Também faço pesquisa. E, baseado nas minhas pesquisas e agendas de ruas, não tenho dúvida de que o eleitor que tem como referência a minha história de 14 anos como deputado, como a da Clarissa, do Garotinho e do Cesar Maia, que ele estará nesta reta final sendo informado sobre quem é o candidato que representa nosso lado, as pessoas que mais precisam, os bairros que estão abandonados.
Não vinculou essa rejeição a suas propostas?
O que quero é tratar das minhas propostas. Tudo que acontece na minha eleição é responsabilidade minha. Escolhi minha candidata à vice. A campanha é de responsabilidade minha e, parte, da Clarissa. As decisões finais são sempre minhas. O senhor está desconfortável na campanha? O prefeito já foi seu aliado, e o senhor está junto de quem já foi adversário...
Estou muito confortável nesta eleição. Tenho o prazer muito grande de estar fazendo campanha com a Clarissa. Ando com ela todo o dia. Meu material tem a cara dela ao meu lado. Agora, é uma aliança menor do que a deles, claro. A política implementada no Rio de Janeiro, a partir de 2006, é uma política que, pela primeira vez, a Assembleia Legislativa assume o comando do Estado do Rio de Janeiro. A partir de 2006, com a vitória do Sérgio Cabral, a Assembleia assume o estado. E essa política de ocupação dos partidos políticos gera uma eleição de muita dificuldade para quem está na oposição. São 17 minutos de televisão contra 3 minutos e 40 segundos do segundo tempo, que é o meu. Então, claro que é uma eleição difícil, mas não tenho nenhum problema de estar ao lado da Clarissa. E não tem nenhum problema de ser o adversário do Eduardo. Não se esqueçam que quem trocou de lado, quem trocou de ideias não fui eu.
O senhor não vincula sua rejeição ao Cesar Maia e ao Garotinho?
Não me neguei a mostrar ninguém. Disse, desde o início, que o Cesar Maia e o Garotinho iam aparecer no meu programa eleitoral. Eles são partes da aliança e vão aparecer dando suporte à nossa aliança. Cesar Maia já apareceu no meu programa na área da Educação, onde os servidores o têm como referência. Garotinho vai entrar no programa falando dos projetos sociais. Mas o candidato sou eu. Não estou aqui para ser candidato terceirizado. Ninguém vota em candidato terceirizado. Vou repetir o que falei no debate da TV: Rodrigo Maia 25, Cesar Maia 25.111. São pessoas diferentes.
Mas o senhor é o candidato dele...
Não vou negar o meu passado e aquilo que o Cesar Maia acertou e aquilo que acreditamos. Que um legado importante foi abandonado pelo Eduardo, vamos tratar disso.
Por exemplo?
Já fiz um programa sobre o Favela Bairro e vou fazer um sobre Remédio em Casa. Fiz um sobre Educação voltado para os servidores, onde temos uma base eleitoral muito forte. Agora, tenho que ter minhas ideias. Seu for ficar repetindo, não precisava fazer campanha.
Aprovação automática
O senhor é contra a aprovação automática?
Olha, vamos deixar uma questão clara sobre a aprovação automática: a aprovação automática no Rio não acabou. Vou mostrar para vocês como ela não acabou nem no segundo, nem no primeiro ciclo.
Mas o senhor acabaria com ela?
Acho que da forma que foi implementada foi um erro. Você gerou um atrito com pais e professores. Então, este é um tema que está fora da minha agenda. Minha agenda hoje para a Educação passaria pelo o que foi mais importante, que foi o que o Cesar Maia fez, a valorização do magistério. Posso deixar com vocês um documento da Secretaria de Educação, a aprovação automática, agora, é indireta: "Definindo-se uma meta de 8% para os anos iniciais e de 16% para os finais no terceiro bimestre, a que distância sua unidade escolar está dessas metas?"Está aqui (no documento): aprovação automática disfarçada do governo do Eduardo. Eles mandam uma determinação para os professores que só podem reprovar 8% no primeiro segmento e 16% no segundo. Esse debate na educação está sendo feito de forma equivocada. Estamos politizando um tema, e não há espaço para esse debate: qual o melhor sistema? A privatização? Mercado?
Mas o que o senhor faria?
Vou fazer o que a Finlândia fez na década 1970, quando passou a ser a terceira melhor do mundo. Qual é base? A valorização do servidor. Vamos trabalhar com as universidades do Rio de Janeiro, Uerj e UFRJ, para que a gente possa ter uma escola de verdade, que ensine os professores para que eles possam, depois, educar bem nossos filhos. Passa pela valorização, e não a privatização (feita) pelo Eduardo. Você pode fazer qualquer pesquisa para ver como os professores estão desmotivados. A taxa de aposentadoria aumentou na prefeitura, passou de 2% para 8%. Estamos perdendo o que é de melhor na rede pública: os professores e médicos mais preparados. Todos aqueles que têm tempo (para se aposentar) estão pedindo baixa com medo dessa política de mercado e privatizadora do governo do Eduardo na Educação e na Saúde.
Transportes
O senhor está propondo passagem de ônibus a R$ 1...
No domingo!
Isso não é demagógico?
Não vai contra porque essa ideia nós trouxemos de Curitiba.
E como o senhor vai negociar isso com as empresas de ônibus?
Vamos fazer uma auditoria muito grande nas empresas de ônibus. Pergunto a você: será que o BRT da Zona Oeste, que vai custar R$ 1 bilhão, e mais o da TransCarioca, R$ 1,3 bilhão, mas o TransOlimpíca, R$ 1 bilhão e alguma coisa, e o da TransBrasil - que espero que não saia porque ele é criminoso para o Rio, porque é concorrente com o trem e o metrô - mais o BRS... todos esses benefícios que as empresas de ônibus tiveram. Mais a alíquota do ISS que é ilegal.
E ela é ilegal desde quando?
Depois vou explicar. Outra coisa grave: o sistema de bilhetagem deveria ter sido feito por uma empresa fora das empresas de ônibus, como em Bogotá, que tem o melhor modelo de BRT. Então, todos esses benefícios que as empresas de ônibus tiveram, inclusive o ISS de 0,01%, que é ilegal porque a alíquota mínima é de 2%, isso não vai retornar nada para o cidadão? Vai ficar tudo com as empresas de ônibus? Essa discussão não vai ser feita? São R$ 4 bilhões de corredores para eles.

Fonte: O Globo - 13/09/2012/Portal ClippingMP

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