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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O ano do ouro

Autor(es): Por Luciana Seabra | De São Paulo
O ouro, a opção mais rentável para o investidor brasileiro no ano até novembro, deve continuar a brilhar em 2013. Essa é a previsão de gestores, operadores e relatórios internacionais. As dúvidas quanto às economias europeia e americana persistem, dizem, e devem dar prosseguimento à corrida internacional pelo metal. Em um ano de retornos tímidos de boa parte dos ativos, a cotação do ouro avançou 12,8% na Bolsa Mercantil de Nova York até novembro.
No Brasil, quem tinha o metal ganhou ainda mais - invejáveis 23,16%. O investidor contou com um empurrão do dólar, que também subiu no período. O ouro brilha ainda mais quando comparado ao Índice Bovespa, que avançou somente 1,93% no ano até novembro. E também se distancia do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), com variação de 7,82% no período. Esse movimento chamou a atenção dos investidores e incentivou empresas locais a oferecer novos produtos atrelados ao metal. (leia reportagem abaixo)
Não foi por acaso que o ouro andou na contramão em 2012. O metal tem correlação negativa com grande parte das aplicações financeiras. É o símbolo da corrida para ativos reais diante da incerteza. "Quanto mais calmo o mercado, quanto menos tendência de turbulência, mais estável o ouro tende a ficar", diz Leonardo Loyola, gerente executivo na diretoria de mercado de capitais e investimentos do Banco do Brasil. E foi o oposto que ocorreu neste ano, com crises da dívida na Europa e a recuperação vacilando nos EUA.
Ainda que muitos gestores esperem um cenário internacional mais brando em 2013, eles consideram que ainda há espaço para o ouro se valorizar. As injeções monetárias, principalmente nos EUA, ainda com baixo crescimento, devem gerar inflação, diz Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset Management. E os governos, na opinião dele, devem demorar a retirar os incentivos. "Enquanto os EUA e a Europa fazem tudo para desvalorizar suas moedas, o ouro acaba ganhando", diz.
O ouro vai subir a cada trimestre de 2013 e chegar à média de US$ 1.925 a onça-troy (31,1 gramas) nos três meses finais, segundo a mediana das estimativas de 16 analistas compiladas pela "Bloomberg" em novembro. Isso representa uma alta de 12% ante o fechamento na Bolsa Mercantil de Nova York na segunda-feira, de US$ 1.713,50 a onça. A agência cita o fato de os bancos centrais terem aumentado suas reservas de ouro por 19 meses seguidos até agosto, a mais longa sequência desde 1964.
Segundo o World Gold Council (WGC), que monitora a demanda global, os bancos centrais compraram 9% mais ouro até setembro do que em igual período de 2011. Em seis dos últimos sete trimestres, as compras ficaram em torno de 100 toneladas. O próprio Banco Central brasileiro vem aumentando suas reservas desde setembro, o que não fazia desde 2008. "Cada vez mais os BCs estão usando o ouro para diversificar", diz Portella.
Na semana passada, os preços do ouro caíram em Nova York. Pesou o relatório do Goldman Sachs, divulgado na última quarta-feira, reduzindo as previsões para o metal nos próximos três, seis e 12 meses. A estimativa para 2014 é de US$ 1.750 a onça. "Vemos um potencial para preços mais altos no início de 2013, mas vemos riscos crescentes de queda", diz o relatório. Os analistas consideraram que, no curto prazo, o afrouxamento monetário e o fraco crescimento dos EUA beneficiam o ouro. No médio prazo, entretanto, a reação da economia será uma força de oposição à valorização do ouro.
Em seu relatório ontem, o Standard Bank manteve as perspectivas de alta. "Nós vemos mergulhos abaixo de US$ 1.700 como oportunidades de compras", escreveram os analistas. Eles apontaram como estímulos para o avanço adicional do ouro as taxas de juros baixas no longo prazo e a liquidez global. A expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anuncie hoje uma extensão da "operação Twist" - parte de seu programa de estímulos à economia - também favorece o metal.
"Não tem nada que possa alterar o quadro atual", diz Edson Magalhães, gerente de operações da Reserva Metais. Para ele, os problemas estruturais da Europa não serão resolvidos em menos de dois anos. E isso, considera, pesa a favor do ouro. Magalhães lembra que a evolução do metal no mercado doméstico também depende do dólar. Ou seja, a aplicação só vale para os que acreditam na evolução do ouro combinada com a alta ou, pelo menos, a estabilidade do dólar.
Fonte: Valor Econômico / Portal ClippingMP - 12/12/2012

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