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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Deputados aprovam, em primeiro turno, proposta que amplia direitos dos empregados domésticos

Carol Siqueira

O Plenário aprovou ontem, em primeiro turno, por 359 votos a 2, a PEC das Domésticas (478/10), que amplia os direitos trabalhistas de domésticas, babás, cozinheiras e outros trabalhadores em residências. A matéria deve ser votada ainda em um segundo turno, antes de ser encaminhada ao Senado.

O texto estende às domésticas 16 direitos já assegurados aos demais trabalhadores urbanos e rurais contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A PEC prevê que uma regulamentação futura vai determinar as condições para o cumprimento desses direitos.

Custo - O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi o único a criticar a proposta que, na sua avaliação, vai encarecer o custo das domésticas e desestimular os empregadores. “Pela PEC, eu vou ter de pagar creche para a babá do meu filho. A massa de trabalhadores do Brasil não tem como pagar isso daqui”, disse. Além de Bolsonaro, votou contra a proposta o deputado Roberto Balestra (PP-GO).

O deputado Marcon (PT-RS) lamentou a fala do colega. “Chama atenção quando vem um parlamentar transparecer que filho de empregada doméstica não tem direito à creche”, disse.

A relatora da proposta, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), também rebateu a crítica. Segundo ela, os empregadores vão fazer a conta e vão perceber que pagarão mais caro se trocarem a sua trabalhadora doméstica por outro serviço. Ela disse ainda que a proposta vai forçar a legalização do mercado. “Um mercado legalizado oferece outras oportunidades. Se um empregador não quiser legalizar, elas vão para um outro empregador legal, com direitos garantidos”, disse.

Alforria - Os parlamentares favoráveis à matéria destacaram que a ampliação de direitos aos trabalhadores domésticos simboliza uma segunda abolição no País, já que muitas empregadas são negras. “É o início da alforria de trabalhadoras negras que saíram da escravidão para o trabalho doméstico”, destacou a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP).

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) também usou a palavra alforria para se referir à proposta. “As domésticas vivem ainda em situação de semiescravidão, sem jornada mínima definida, sem hora extra, sem adicional noturno”, disse. Segundo ele, a aprovação da matéria vai permitir a profissionalização da atividade, já que muitas domésticas abandonam o serviço por conta das condições de trabalho.

Para a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), a proposta faz justiça social. “É uma legislação inclusiva, que caminha para uma reparação histórica”, disse. O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) definiu a PEC como “uma conquista civilizatória da sociedade brasileira”. Já a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) disse que a proposta vai corrigir “um grande equívoco” da Constituição de 1988.
Fonte: Jornal da Câmara

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