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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Líderes mundiais se reúnem na ONU para formalizar metas de desenvolvimento

25/09/2015 11h07
25/09/2015 11h53
Brasília
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil

Começa nesta sexta-feira (25), em Nova York, a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A expectativa é que o encontro reúna um número recorde de 150 chefes de Estado, que formalizarão uma agenda mundial para melhorar as condições de vida de todas as pessoas do planeta, até 2030.

O documento Transformando Nosso Mundo é resultado de um processo inclusivo de negociação nos últimos dois anos com o envolvimento de governos, entidades sociais e empresas. A finalidade é promover universalmente o desenvolvimento social, a proteção ambiental e a prosperidade econômica. A agenda apresenta 17 objetivos e 169 metas a serem adotados de forma voluntária por todos os países-membros a partir de 2016.

Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma continuidade dosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), agenda acordada em 2000 pelos países-membros da Organização das Nações Unidas e que tem metas de desenvolvimento até o final de 2015.


O assessor sênior da Organização das Nações Unidas (ONU) Haroldo Machado Filho destaca que, enquanto os ODM tinham como foco 1 bilhão de pessoas que viviam na pobreza extrema no ano 2000, em países em desenvolvimento, os ODS são mais ambiciosos ao abordar questões que atingem todas as pessoas e países, ampliando o compromisso global por um mundo melhor. Ele avalia que as mudanças no mundo nos útlimos 15 anos abriram espaço para uma abordagem mais abrangente dos desafios mundiais.

“Desde 2000, começaram vários conflitos no mundo e problemas ambientais graves se intensificaram. O mundo hoje é muito mais conectado, a informação circula de forma mais rápida e flúida. Essas mudanças ajudaram a dar visibilidade à maior parte dos problemas e mazelas do mundo”, destacou.

Ele avalia que, apesar de abordar temas diversos, o conjunto de objetivos é integrado e os temas estão todos interligados. “Vemos como são interligados ao pensar em problemas específicos, como a crise hídrica que ainda não está resolvida na Região Sudeste. Quando começou a chover, houve um apelo muito grande para que as pessoas captassem água da chuva para garantir o acesso. Em São Paulo, muitas pessoas fizeram. No começo a iniciativa foi comemorada, mas a estocagem foi feita de forma errada, muitas vezes sem tampa, e resultou na proliferação dos mosquitos da dengue e no aumento dos casos da doença. Não adianta pensar em um objetivo que fala do acesso à água sem pensar na questão da saúde”, explicou Machado.

Agenda

Para o especialista, a nova agenda é mais ambiciosa do que a anterior. “O documento traduz a necessidade de maior integração das dimensões sociais, econômicas e ambiental. A proposta reúne objetivos que perpassam essas três dimensões e trazem uma série de temáticas que não constavam nos ODM.”

A assessora internacional da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong), Maira Vannuchi, conta que os debates sobre a nova agenda mundial começaram na Cúpula dos Povos em 2012, no Rio de Janeiro, encontro de movimentos sociais no âmbito da Rio+20. “Percebemos que o desenvolvimento sustentável reúne as bandeiras dos movimentos sociais de todo o mundo e seguimos por esse caminho. Além de ter avançado muito por ter sido construído coletivamente, é uma agenda ousada que integra as diversas áreas dos movimentos sociais, une as diversas demandas.”

Veja os principais objetivos da nova agenda:
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Garantir a educação inclusiva e equitativa de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
Garantir o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
Construir infraestruturas resistentes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles.
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros e sustentáveis, propondo que as cidades sejam ambientes sem violência e sem medo.
Assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis.
Adotar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos
Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas e frear a perda de biodiversidade.
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à Justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas.
Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Edição: Talita Cavalcante

Fonte: Agência Brasil

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