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terça-feira, 30 de junho de 2015

Com Dilma fora, Lula pede ao PT enfrentamento da Lava-Jato

PAÍS

Ex-presidente também conversa com marqueteiro e cúpula do PMDB
Cristiane Jungblut e Fernanda Krakovics


Enquanto a presidente Dilma Rousseff cumpre agenda oficial nos EUA, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem a Brasília para uma série de reuniões com dirigentes e parlamentares do PT, com a cúpula do PMDB e com o marqueteiro João Santana. À noite, durante quase quatro horas de reunião, Lula disse a deputados e senadores do PT que é preciso fazer o enfrentamento político da Operação Lava-Jato, segundo relato de participantes. Ele também teria afirmado que é preciso virar a página do ajuste fiscal e investir em uma agenda positiva para o país.

— Ele (Lula) disse que precisamos fazer um enfrentamento, que as denúncias não vão parar. Foi uma reunião para zerar o jogo e tentar rearrumar as coisas — disse um parlamentar petista.

Depois de fazer duras críticas ao governo Dilma e ao PT nas últimas duas semanas, Lula adotou ontem tom mais conciliador. E cobrou atuação mais contundente dos petistas na defesa de seu projeto:

— Ele falou da necessidade de a bancada atuar como um coletivo na defesa do governo e do PT, de enfrentar a oposição com o mesmo radicalismo que eles nos enfrentam — disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).

O ex-presidente também insistiu na necessidade de o PT ter um discurso mais propositivo:

— Lula disse que é preciso virar a página. O ajuste está sendo concluído. Temos que passar para a agenda do crescimento econômico — disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

CELULARES FORA DA SALA
Lula também telefonou para o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), citado na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa. A campanha de Lula em 2006 também foi citada na delação de Ricardo Pessoa como tendo recebido R$ 2,4 milhões da UTC.

A presença de Lula em Brasília não agradou ao Planalto. A avaliação é que a movimentação do ex-presidente agrava a crise gerada com o depoimento de Pessoa. Em encontro com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, e Mercadante, os governistas avaliaram que o encontro de Lula com parlamentares do PT traria mais ruído e acabaria ofuscando a viagem de Dilma aos EUA.

— Esse encontro já estava marcado, mas só aumenta a crise — disse um participante do encontro.

Reclamando, segundo pessoas próximas, que o ministro José Eduardo Cardozo ( Justiça) não controla a PF, Lula passou a atacar o governo Dilma e a criticar também o PT, que, de acordo com o ex-presidente, envelheceu e “só pensa em cargos”. Na reunião de ontem, Lula exigiu que deputados e senadores petistas deixassem os celulares do lado de fora da sala para evitar vazamentos.

Ministros e assessores do Planalto também consideraram equívoco a estratégia de Dilma de pôr o ministro da Justiça no foco da crise gerada pelo depoimento de Pessoa, ao participar da entrevista dos ministros Edinho Silva e Mercadante, no último sábado. Na ocasião, ambos se defenderam das acusações de que receberam recursos ilegais do empreiteiro.

Fonte: Sinopse da Marinha/O Globo   

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