O Monitor Fiscal divulgado nesta terça-feira
confirma que a dívida pública mantém a tendência cadente para os
próximos anos, seja ela medida pelo conceito líquido, como prefere o
governo, ou bruto como apreciam mais as agências internacionais de
rating. Além disso, a trajetória do resultado nominal também é de queda.
Os números estimados pelo FMI para o País mostram indicadores melhores
do que os registrados por várias nações avançadas, entre elas os EUA,
Japão, França e, em alguns casos, é mais favorável do que o apurado pela
Alemanha.
De acordo com o FMI, as projeções do
resultado nominal do Brasil ficaram entre as que apresentaram maior
evolução em relação às estimativas realizadas pelo Fundo em abril deste
ano. Na ocasião, a instituição previa que o déficit nominal de 2012
atingiria 2,3% do PIB,
mas agora apresenta um resultado negativo de 2,1% do produto interno
bruto. Para 2013, o avanço da projeção foi ainda mais expressivo, pois
baixou de um déficit de 2,4% para 1,6% do PIB. Estes resultados são mais
positivos do que a média mundial, de déficit de 4,2% e 3,5% do PIB para
2012 e para o ano seguinte, respectivamente. No caso dos EUA, as
projeções são de 8,7% e 7,3% do PIB para o biênio, na zona do Euro
atingem 3,3% e 2,6% do produto interno bruto, respectivamente, e na
França variam de 4,7% e 3,5% do PIB. Os números nacionais são muito
melhores que os estimados pelo FMI para o Japão, de 10% do produto
interno bruto para 2012 e 9,1% do PIB em 2013.
As
projeções do FMI para a dívida bruta do governo são mais favoráveis do
que as registradas pela Alemanha, um país de centenária tradição
fiscalista. O indicador deve chegar a 64,1% do PIB em 2012, abaixo dos
65,1% do produto interno bruto estimados pelo Monitor Fiscal de abril.
Para 2013, a redução da estimativa é de 1,9 ponto porcentual do PIB, o
que faz com que caia de 63,1% para 61,2% do produto interno bruto. O FMI
projeta uma rota de queda continua desse passivo do governo até 2017,
quando deverá atingir 54% do produto interno bruto.
O FMI
não explica em detalhes no Monitor Fiscal porque as contas do Brasil
devem continuar apresentando um desempenho positivo nos próximos anos.
Mas algumas hipóteses podem ser ponderadas. Uma delas é a geração
constante de um nível expressivo de superávit primário de uma década
para cá, o que contou com a colaboração de uma taxa média de crescimento
do PIB muito próxima de 4% entre 2003 e 2010.
De um
ano para cá, no entanto, o produto interno bruto registra resultados
fracos, mas a redução dos juros em 5 pontos porcentuais desde agosto de
2011 ajuda bem a diminuir o pagamento do serviço financeiro da dívida
pública, dado que uma boa parte dela ainda está vinculada à variação da
taxa Selic, como as Letras
do Tesouro Nacional. Este tipo de papel já foi responsável por cerca de
um terço do passivo mobiliário do Poder Executivo, mas deve fechar este
ano numa marca ao redor de 24% do total.
No
caso da dívida pública líquida, a trajetória declinante também é mantida
nos próximos seis anos, ressaltam as projeções do FMI. Para 2012, a
estimativa é de atingir 36,4% do PIB, número que deverá cair para 32% do
produto interno bruto em 2013, continuando em redução até 2017, quando
chegará a 26,6% do PIB. De acordo com o Fundo, o Brasil alcançará a
psicológica marca de 30,1% do PIB deste indicador em 2014, o que é visto
por especialistas como um sinal de que o País estará em condições plenas de solvência.
Fonte: Fonte: Agencia Estado / clicabrasilia.com.br
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