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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Hubner pede desculpas a setor por 'atropelo' do Governo


Diretor-geral da Aneel explica medida drástica à queda da competitividade
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, pediu desculpas aos executivos do setor elétrico pelo "atropelo" na criação das regras de renovação das concessões. "O governo teve de dar uma resposta muito rapidamente. Peço desculpas por esse certo atropelo, mas as coisas serão ajustadas ao longo do tempo", afirmou o executivo durante evento na capital paulista.
Hubner explicou que a drástica redução da competitividade do País diante do resto do mundo motivou a antecipação da medida. "A questão do custo da energia era um assunto recorrente. Cada dia surgia um dado diferente mostrando que a tarifa brasileira era a mais alta do mundo. Embora os parâmetros no mundo fossem diferentes, tínhamos a certeza de que realmente a nossa era cara."
Mas foi com base na reclamação de uma empresa eletrointensiva - que ele não divulgou o nome - que a urgência de reduzir os custos de energia no Brasil ganhou força. Essa empresa, diz ele, chegou na Aneel e disse que Canadá e Estados Unidos haviam apresentado propostas melhores para ela construir suas unidades. "Aí começamos a discutir o assunto."
Segundo Hubner, todos os agentes do setor reconheceram o mérito da essência da Medida Provisória 579, com a prevista redução dos preços com base em valores mais baixos da energia das usinas que serão renovadas. "Todo mundo reconhece que para algumas empresas será muito difícil, como para o Grupo Eletrobrás", disse ele. "Mas ninguém questiona o mérito, pois o País precisa dessa mudança."
Novos investimentos. O executivo disse ainda que os investidores que quiserem um retorno maior no setor elétrico deverão mirar os novos projetos de geração e transmissão. Ele apontou que na distribuição, de certa forma, isso já ocorre, na medida em que os investimentos aumentam a base de remuneração da concessão. Hubner ressaltou que as companhias também têm de buscar maior eficiência.
O diretor destacou, porém, que a Aneel ainda precisa definir o custo regulatório de geração de energia, com patamares de tarifa para as usinas amortizadas, além de desenvolver mecanismos de incentivo para as empresas aumentarem a eficiência.
De acordo com ele, o preço da energia definido no leilão da usina de Teles Pires é um referencial para o patamar de preço das usinas amortizadas. No leilão daquela usina, o megawatt foi negociado a R$ 56, sendo R$ 36 o custo da energia e R$ 20 o da transmissão. Ou seja, embora o cálculo não esteja concluído, o valor da energia das usinas que terão a renovação das concessões, deve ficar neste patamar. "Não faz sentido continuar vendendo energia por um preço superior ao de uma usina nova que ainda precisa ser amortizada", diz Hubner. / RENÉE PEREIRA, LUCIANA COLLET, FERNANDA GUIMARÃES
Fonte: O Estado de S. Paulo - 17/10/2012

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