: “Em tudo daí graças, pois esta é a vontade de Deus" (I Ts. 5.18)
dia da:
11 DE junho, DIA DA BATALHA NAVAL DE RIACHUELO
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Primeiro ônibus anfíbio brasileiro rodará pela orla do Rio e navegará na Baía de Guanabara, levando turistas
Seja na terra, seja no mar, o Duck encara o que vier
Marcelo Cosentino
Anfíbio. Casco em chapa de aço naval reforçado foi montado em cima de chassi de ônibus. Tração é 6x6
Navegar é preciso. Na água quem assume o comando é o marinheiro
Aula de biologia: anfíbios são
animais marcados por dois ciclos de vida, um na água e outro em terra.
Na Segunda Guerra Mundial, os americanos usaram esse conceito para
criar os DUKW, caminhões da GMC adaptados para transportar tropas na
terra ou no mar. A batalha acabou e os anfíbios mudaram de
função e de nome (viraram Duck, pato em inglês). Hoje, são vistos
levando turistas em grandes cidades do mundo.
Agora, essa onda chega ao país, no projeto Duck Tour
Brasil. Os empresários Marcelo Almeida, Lucas Toledo e Paulo Valladares
criaram esquetes, fizeram uma miniatura e botaram na água. O modelo
funcionou - com uma carga equivalente a dez vezes seu peso- e a ideia
recebeu sinal verde de um engenheiro naval.
Depois de dois anos e meio de trabalho
em uma fábrica em São Paulo, o Duck Copacabana é o primeiro ônibus
anfíbio do trio a chegar ao Rio.
Montado sobre um chassi de ônibus, o
Copacabana tem tração 6x6 e motor Mercedes de seis cilindros e 180cv.
Um sistema de leme eletro-hidráulico foi criado para o projeto. O acionamento é feito por meio de um joystick, como de videogame, no lado direito do painel.
- O leme não é fixo como os dos Ducks estrangeiros. Assim, conseguimos girar em torno do próprio eixo - diz Paulo.
Exigências em dose dupla Um desafio foi respeitar duas
legislações. É que o anfíbio precisa de autorização do Detran para
andar em terra, e da Capitania dos Portos para entrar na água. Por
isso, o ônibus-barco tem desde tacógrafo a rádios comunicadores e
coletes salva-vidas, equipamentos obrigatórios em cada situação.
A ideia é que o Duck pegue os 28 passageiros na Praia
Vermelha, perto da estação do bondinho. De lá, o anfíbio irá por terra
para o Clube Guanabara, onde entrará na baía.
Na terra, o Duck é dirigido por um
motorista com carteira D. Ao entrar na água, quem assume o comando é
um marinheiro categoria "auxiliar de convés", como manda a lei.
O trajeto marítimo será nas águas abrigadas da Baía de Guanabara: saída pela enseada de Botafogo, ida até o início do Aterro do Flamengo e, depois, o retorno bordejando a mureta da Urca.
De volta ao clube, o veículo seguirá por terra para
Copacabana. Do Posto 6, o Duck voltará ao ponto de partida. Nos
domingos, quando a Avenida Atlântica tem um pista fechada, o percurso
será mais curto.
O passeio completo, de uma hora e meia, custará R$ 98. Já o
trajeto dominical, de uma hora, sairá por R$ 78. Crianças e idosos
pagarão meia.
Além dos passageiros e do motorista (ou
marinheiro), o anfíbio terá um guia turístico. E para quem tem medo de
barco, Paulo afirma:
- O Duck é muito seguro. Não afunda por nada.
Os empresários querem fazer dez anfíbios em São Paulo, o que custará R$ 8 milhões.
No exterior, um ônibus anfíbio novo custaria o equivalente
a R$ 800 mil (fora as taxas de importação e o transporte).
O Duck Copacabana tem motor dianteiro, com os tanques de
diesel na traseira paradistribuir o peso. Sua propulsão na água é por
hélice.
Pelos planos dos criadores, os próximos terão motor central e
tração 4x4 (a 6x6 do Duck atual, além de mais cara, não é
necessária).
Camanf foi o pioneiro Na década de 70, a empresa paulista
Biselli fabricou para a Marinha cinco exemplares do Camanf (um
caminhão anfíbio com chassi de Ford F-7000 e tração 6x6).
- Hoje tem um Camanf cimentado no quartel dos Fuzileiros Navais, ao lado da Linha Vermelha - diz Paulo.
Resta saber se alguém vai fazer uma linha de ônibus anfíbios para enfrentar as enchentes do verão
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