O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu, nesta sexta-feira, as
estimativas para o crescimento na Ásia, mas disse que a região irá
continuar sendo uma potência da economia
mundial e citou que a China provavelmente vai evitar um pouco brusco
(hard landing). "O crescimento é projetado para avançar muito
gradualmente, e a Ásia deverá permanecer o líder do crescimento global,
tendo expansão mais de dois pontos porcentuais mais rápida do que a
média mundial no próximo ano", disse o FMI, em uma atualização das
perspectivas regionais.
"A China não está
tendo um pouso brusco", disse o diretor do FMI para a região da
Ásia-Pacífico, Anoop Singh, durante entrevista coletiva na reunião do
FMI, em Tóquio. "A demanda doméstica chinesa permanece bastante forte e
robusta". Mas, se choques da Europa ou dos EUA deflagrarem severa
desaceleração global, isso arrastaria de forma "poderosa" grande parte das economias abertas na Ásia, pela via do comércio, citou o relatório.
Enquanto
os países asiáticos têm sido resistentes aos reflexos nos mercados
financeiros, resgates agressivos por bancos europeus e fuga de capital
poderiam causar interrupção severa, particularmente nas economias do Leste e Sudeste asiático que não a China, segundo o documento.
O
FMI projeta agora que a economia da Ásia vai crescer 5,4% neste ano, ou
0,6 ponto porcentual menos do que indicava a projeção do Fundo em
abril. A nova previsão para 2013 é de crescimento de 5,9%, 0,7 pp abaixo
da estimativa feita em abril. O fundo agora vê probabilidade de um em
sete de o crescimento asiático cair abaixo de 4% em 2013, um nível visto
pela última vez durante a crise financeira global.
Compromisso
Os
riscos à visão central - que assume que as tensões na zona do euro
diminuam gradualmente e os legisladores dos EUA evitem um aperto fiscal
severo - permanecem substanciais, segundo o FMI. No entanto, o Fundo diz
que o crescimento poderia ser mais forte que o esperado se os
representantes europeus e norte-americanos realizarem o que se
comprometeram.
O posicionamento monetário na Ásia
fornece uma segurança apropriada contra riscos negativos, citou o FMI.
Os banqueiros centrais têm espaço para cortar juros se um declínio
global severo se materializar, embora uma alta repentina nos preços de
alimentos e petróleo poderia limitar este espaço.
Singh
disse que, no caso de um choque, a China tem mais espaço para utilizar
estímulo fiscal, em oposição à estímulo monetário. Maior ênfase em
medidas fiscais é a direção geral na qual a China está se movendo, e o
FMI concorda com este mix de política, acrescentou.
O Banco
do Japão, mencionou ele, tem mais espaço para relaxar a política
monetária para atingir a meta de 1% de inflação, disse o Fundo. "Há
espaço em termos de permitir alguns tipos de ativos que o Banco do Japão
pode comprar", disse Jerald Schiff, vice-diretor do FMI para o
Departamento da Ásia Pacífico. "Uma saída da deflação, de forma
duradoura, provavelmente precisará de uma abordagem mais ampla que
inclua acomodação monetária, mas também reformas estruturais para ter
expansão do crescimento" As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agencia Estado
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