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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Pacote contra armas

Autor(es): Gabriela Freire Valente

Obama assina 23 decretos que restringem acesso aos equipamentos e lobby do rifle declara "luta do século"

O presidente Barack Obama assinou ontem um pacote com 23 ações para reduzir a violência por armas no país. As medidas tratam, principalmente, da verificação de antecedentes criminais de quem compra armamento e de campanhas de conscientização. Obama ainda fez duras cobranças ao Congresso. Por sua vez, a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) disse que vai tarvar “a luta do século” na questão sobre o controle de armas.

“Vamos facilitar que armas fiquem fora das mãos de criminosos com o fortalecimento de um sistema de checagem de antecedentes e nos assegurar que profissionais da saúde mental saibam como reportar ameaças”, disse Obama.

O presidente falou diante de familiares das vítimas do massacre na escola de Sandy Hook, em Connecticut, acompanhado por crianças que lhe escreveram após o episódio. O vice-presidente Joe Biden — responsável pela elaboração das medidas que não precisarão passar pela aprovação do dividido Congresso americano — também participou da cerimônia.

Além do reforço no sistema de antecedentes criminais, o plano prevê penas mais duras para quem mentir sobre seu histórico e o fim das dificuldades de acesso a informações sobre crimes. Também integram o documento, o treinamento de funcionários de escolas e paramédicos para situações de tiroteio e recursos para melhoria da segurança escolar. Os órgãos federais ainda serão incumbidos de elaborar relatórios sobre perda e roubo de armas.

De acordo com a France-Presse, um funcionário da Casa Branca disse que Obama pedirá ao Congresso que endureça as medidas para proibir carregadores com mais de 7 disparos e munições de alta perfuração. “O Congresso precisa ajudar a aplicação da lei”, disse ele. O presidente também cobrou a restauração da proibição de rifles de assalto — que deixou de vigorar durante a gestão de George W. Bush — e leis mais duras para quem revender armas a criminosos.

Obama acredita que os parlamentares aprovarão leis para a verificação universal de antecedentes de quem tenta comprar armas. “Se você quiser comprar uma arma, deve pelo menos mostrar que não é um criminoso. A maioria dos americanos concorda com a necessidade de verificação de antecedentes, incluindo mais de 70% dos membros da NRA”, falou.

Leis estaduais

Para Scott Melzer, autor do livro Gun Crusaders: The NRA’s Culture War (Cruzada das Armas: A Cultura de Guerra da NRA, em livre tradução), Obama fez o que estava a seu alcance e alguns estados devem começar a reagir. Na última terça-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, sancionou leis para restringir a venda de armas de assalto. “Espero que estados com perfil liberal similar — muitos no nordeste e no oeste do país — aprovem leis de controle de armas, mas essa não é a tendência nacional”, disse ele. “O ponto com mais chances de passar é uma lei para melhorias nos arquivos sobre indivíduos que não deveriam ter acesso a armas e o fechamento de feiras que permitem a compra de armas sem a verificação federal de antecedentes”, falou. Melzer explica que estados mais conservadores, no sul e no meio oeste, estariam mais inclinados a expandir os direitos às armas. Segundo ele, “organizações como a NRA têm muito poder de mobilização política” e devem pressionar o Congresso.

De acordo com o Washington Post, o presidente da NRA, Wayne LaPierre, divulgou uma carta aos membros da associação dizendo que planeja “a luta do século”. Antes de Obama anunciar as medidas, a NRA publicou na internet um vídeo — classificado de “repugnante pela Casa Branca — em que chama o presidente de “elitista hipócrita” e que suas filhas seriam mais importantes que outras crianças, por terem proteção do serviço secreto.


Secretário anuncia saída

O secretário do Interior de Barack Obama, Ken Salazar, anunciou ontem que vai deixar o governo em março e voltar para o seu estado de origem. “Estou ansioso para voltar para minha família e para o Colorado”, disse. De acordo com o The Denver Post, o presidente queria que ele ficasse no cargo que supervisiona os recursos naturais do país. Em um comunicado oficial, Salazar disse que ajudou “dar início a uma agenda de conservação para o século XXI”. O novo ocupante do cargo ainda não foi anunciado. Segundo a Reuters, são cotados Jeff Bingaman, do Novo México, que acaba de se aposentar do Senado, e Christine Gregoire, governadora do estado de Washington, o ex-governador do Colorado, Bill Ritter, o ex-senador Byron Dorgan e o ex-governador de Wyoming Dave Freudenthal.
Fonte: Correio Braziliense

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