04/10/2013 - 20h53
- Nacional
Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio
de Janeiro- Na assembleia que decidiu manter a greve dos profissionais
da educação municipal do Rio, a Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa do Rio e as ONGs (organizações não
governamentais) Justiça Global e Instituto de Defesa dos Direitos
Humanos recolheram hoje (4) denúncias de violência policial ocorridas
nas manifestações contra o Plano de Carreira, Cargos e Salários proposto
pela prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal na terça-feira (3). As
entidades vão encaminhar as denúncias a organismos internacionais, como
a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações
Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a outros
nacionais, como o Ministério Público, a Defensoria Pública e a
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Reunidos para discutir as pautas da greve, os professores fizeram
fila e muitos mostraram os boletins de ocorrência [BOs] que registraram
após as agressões, como Jane Moraes, de 53 anos, que foi atingida por
uma bala de borracha na perna esquerda. "Estava sentada na escadaria da
Câmara e tentei levantar para correr quando os policiais começaram a
lançar as bombas, mas senti a dor e a ardência na perna. Ajudaram-me a
ir para a delegacia, registrei o boletim de ocorrência como lesão
corporal e fiz [exame de] corpo de delito", diz a professora de educação
física, com uma foto do ferimento e o BO nas mãos.
Ana
Carolina Ferraz, de 26 anos, diz que também foi para a delegacia depois
que foi atingida nas costas por uma bomba de gás: "Eu vi que o policial
ia atirar e tentei correr, mas ele me acertou", diz a professora de
geografia, mostrando o hematoma redondo. Wagner Louza, de 39 anos, conta
que foi ferido duas vezes. "Eu era um dos ocupantes da Câmara e fui
tirado de lá com empurrões e chutes, além das agressões verbais. Nos
chamavam de vagabundos", disse. "Eu registrei boletim, mas acredito que
vai dar em nada. Vamos ver se essa denúncia vai".
Outra professora, Cristiane Chavez, de 34 anos, foi denunciar às
entidades que foi impedida de buscar a filha na creche municipal usando a
camisa preta do movimento grevista. "Os guardas municipais não me
deixaram entrar e disseram que era orientação da prefeitura. Me senti em
uma ditadura. Minha filha teve que sair da creche acompanhada por um
guarda. Fui à delegacia e registrei queixa".
Em nota no dia do protesto, a Polícia Militar informou que quatro
policiais se feriram e que PMs foram atingidos por pedras e garrafas de
vidro. "A Polícia Militar lamenta que pessoas com intenção de causar
tumultos tenham atentado contra o legítimo direito de manifestação dos
professores", diz o comunicado.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil
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