19/10/2013 - 10h06
- Saúde
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um método inovador para a remoção de cistos de ovário de
grande porte, desenvolvido por profissionais da Clínica de Ginecologia
do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (HC-USP), será apresentado em congresso norte-americano, que
começa no dia 11 de novembro em Washington. O processo foi selecionado
devido à raridade do caso e por ter sido empregado com sucesso em pelo
menos dez pessoas que tinham cistos de pelo menos 6 litros.
Com essa técnica, segundo o Hospital das Clínicas, foi possível
remover um cisto de 16 litros em uma mulher de 46 anos, por meio de uma
incisão de 1 centímetro (cm) no umbigo e duas outras incisões de 0,5 cm
no abdômen, a chamada laparoscopia. Esta é a primeira vez que o processo
é feito para remover cistos desse porte, já que normalmente é feita a
laparotomia, com incisão vertical ou horizontal de 15 cm de extensão.
O procedimento para a retirada desse cisto gigante levou cerca de
uma hora, entre a entrada na cavidade abdominal e a cirurgia. O método
consiste na introdução de um sistema de aspiração, em conjunto com uma
microcâmara e pinças, pelo portal de acesso inserido no umbigo do
paciente, por meio de incisão de 1,2 cm. O cisto é aspirado
continuamente durante a operação e quando é completamente retirado, a
cápsula que o envolvia também é aspirada.
Segundo o médico Sérgio Conti Ribeiro, da Clínica de Ginecologia do
HC, a paciente recebeu alta em menos de 24 horas após a operação e
voltou às atividades habituais em cinco dias. “São pré-requisitos para
esse tipo de acesso cirúrgico, pacientes com suspeita de cisto de ovário
benigno, com mais de 6 litros em seu interior”, explicou.
De acordo com dados do Hospital das Clínicas, o diagnóstico de
cistos desse tipo é muito comum, podendo atingir até 12% das mulheres.
Nos Estados Unidos, os cistos de ovário são a quarta causa de
hospitalização por doença ginecológica em mulheres abaixo dos 40 anos e
estima-se que, em algum momento da vida, de 5% a 10% da população
feminina serão submetidos a algum procedimento cirúrgico.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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