24/10/2013 - 13h45
- Política
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dívida dos estados e dos municípios com a União
crescerá R$ 15 bilhões a menos em 2013 com a mudança do indexador, disse
hoje (24) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em sessão temática do
Senado para discutir o pacto federativo, ele apresentou um balanço das
estimativas de quanto as prefeituras e os governos estaduais ganharão
com os novos índices de correção.
Aprovada ontem (24) pela Câmara dos Deputados,
a mudança dos indexadores ainda precisa ser votada pelo Senado. Segundo
o projeto de lei complementar sobre o tema, o índice, atualmente
equivalente ao Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)
mais 6%, 7,5% ou 9% ao ano, passará a ser corrigido pela taxa Selic
(juros básicos da economia) ou pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano, prevalecendo o menor indicador.
De acordo com o ministro, a alteração do indexador não entra em
conflito com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) porque não
representa uma nova reestruturação da dívida dos estados e dos
municípios que tinham refinanciado os débitos com a União. Segundo ele, a
utilização da Selic estava prevista nos contratos de renegociação
assinados no fim da década de 1990.
“Não estamos fazendo uma reestruturação de dívida. A Selic está nos
contratos de renegociação, mas como elemento punitivo. Se os entes
públicos [estados e municípios] atrasarem o pagamento das parcelas,
podiam pagar Selic como punição porque, na época, a taxa era muito alta.
Claro que ninguém atrasava as parcelas para não sofrerem outras
sanções, mas a possibilidade de usar a Selic estava prevista”, explicou.
Além da troca dos indexadores futuros, que será retroativa a janeiro
deste ano, o governo concordou em incluir, no projeto de lei
complementar, a mudança retroativa dos índices. Pela proposta, o estoque
da dívida até janeiro deste ano seria revisado. Os débitos acumulados
seriam corrigidos pelo IGP-DI ou pela Selic, prevalecendo o menor
indexador.
Segundo Mantega, a mudança retroativa do indexador beneficiará 180
municípios, equivalente a 98% das cidades que assinaram acordo com o
governo. Em relação aos estados, no entanto, somente Alagoas e Rio
Grande do Sul, que renegociaram a dívida depois de 1998, teriam
vantagem. “Para os demais estados, que assinaram os contratos até 1997, a
mudança retroativa não vai interferir porque, na época do fechamento do
acordo, a Selic ainda era maior que o IGP-DI”, explicou.
O ministro rebateu críticas de que a troca retroativa do indexador
beneficiará, principalmente, o município de São Paulo, administrado pelo
prefeito Fernando Haddad (PT). “Se fizermos as contas, a cidade de São
Paulo terá um dos menores descontos em termos percentuais. Outras
capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Cuiabá, serão mais
beneficiadas”, declarou.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
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