22/10/2013 - 18h12
- Nacional
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Polícia Civil em São Roque (SP) abriu dois inquéritos para investigar a atuação dos ativistas e do Instituto Royal, laboratório que usa animais para pesquisas. Um dos inquéritos vai investigar a denúncia de maus-tratos praticados pelo instituto contra os animais. O segundo inquérito a ocorrência de furto qualificado e danos ao patrimônio praticados pelos manifestantes durante a invasão ao local.
O delegado Marcelo Pontes disse à Agência Brasil que pretende ouvir os funcionários do laboratório e também os manifestantes. Hoje (22), dois advogados do laboratório foram convocados para fazer a intermediação dos depoimentos. O delegado informou ter identificado pelo menos 18 ativistas que participaram da invasão, seis deles de São Roque. Todos estão sendo convocados para prestar depoimento.
Pontes disse que dos 178 cachorros que foram retirados do laboratório na madrugada da sexta-feira (18), apenas dois foram localizados no bairro do Carmo, em São Roque. Os dois animais foram entregues para um fiel depositário. Os ativistas que invadiram o instituto acusam o Royal pela prática de maus-tratos com cães da raça beagle, ratos e outros animais utilizados nas pesquisas laboratoriais.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do instituto negou a denúncia de maus-tratos. “O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados”, diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.
Para o instituto, a invasão de sua sede constituiu um “ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde”. A invasão ao local, segundo o Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto esclarece que os animais suprimidos na última sexta-feira, quando recuperados, serão recebidos e recolhidos pelo Royal. Eles receberão o tratamento veterinário adequado e poderão ser colocados para doação.
Segundo a Sociedade Brasileira para o Progresso para a Ciência (SBPC), o Instituto Royal já fez várias pesquisas, que contribuíram para o desenvolvimento de novos medicamentos e biofármacos para a indústria farmacêutica nacional.
O deputado federal Delegado Protógenes (PCdoB/SP) visitou o instituto no final de semana e concluiu que havia indícios de maus-tratos no local. Hoje (22), segundo informações do gabinete confirmadas à Agência Brasil, o deputado protocolou um requerimento propondo a criação de uma Comissão Especial na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para fiscalizar e acompanhar os trabalhos da Polícia Civil e do Ministério Público nas investigações. Dentro da comissão, Protógenes também pretende propor uma lei que proíbe o teste em animais.
Já o deputado Ricardo Izar (PSD/SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Animais, informou ter protocolado hoje um requerimento no Ministério da Ciência e Tecnologia para recomendar a adoção de ações que restrinjam o uso de animais para pesquisas do setor de cosméticos.
Na manhã de sábado, os manifestantes fizeram um protesto em São Roque, bloqueando os dois sentidos da Rodovia Raposo Tavares, próximo ao quilômetro 56. Para dispersar os manifestantes, os policiais utilizaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Veículos da Polícia Militar e da imprensa foram depredados e queimados durante o ato. Várias pessoas ficaram feridas, entre elas, uma repórter do jornal O Globo, atingida por balas de borracha e cassetetes mesmo após ter se identificado aos policiais como jornalista. Quatro pessoas foram detidas e depois liberadas pela polícia.
Os manifestantes criaram também uma petição online em que pedem o fim do uso de animais pelo Instituto Royal. Até o momento, a petição tem mais de 474 mil assinaturas.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Polícia Civil em São Roque (SP) abriu dois inquéritos para investigar a atuação dos ativistas e do Instituto Royal, laboratório que usa animais para pesquisas. Um dos inquéritos vai investigar a denúncia de maus-tratos praticados pelo instituto contra os animais. O segundo inquérito a ocorrência de furto qualificado e danos ao patrimônio praticados pelos manifestantes durante a invasão ao local.
O delegado Marcelo Pontes disse à Agência Brasil que pretende ouvir os funcionários do laboratório e também os manifestantes. Hoje (22), dois advogados do laboratório foram convocados para fazer a intermediação dos depoimentos. O delegado informou ter identificado pelo menos 18 ativistas que participaram da invasão, seis deles de São Roque. Todos estão sendo convocados para prestar depoimento.
Pontes disse que dos 178 cachorros que foram retirados do laboratório na madrugada da sexta-feira (18), apenas dois foram localizados no bairro do Carmo, em São Roque. Os dois animais foram entregues para um fiel depositário. Os ativistas que invadiram o instituto acusam o Royal pela prática de maus-tratos com cães da raça beagle, ratos e outros animais utilizados nas pesquisas laboratoriais.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do instituto negou a denúncia de maus-tratos. “O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados”, diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.
Para o instituto, a invasão de sua sede constituiu um “ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde”. A invasão ao local, segundo o Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto esclarece que os animais suprimidos na última sexta-feira, quando recuperados, serão recebidos e recolhidos pelo Royal. Eles receberão o tratamento veterinário adequado e poderão ser colocados para doação.
Segundo a Sociedade Brasileira para o Progresso para a Ciência (SBPC), o Instituto Royal já fez várias pesquisas, que contribuíram para o desenvolvimento de novos medicamentos e biofármacos para a indústria farmacêutica nacional.
O deputado federal Delegado Protógenes (PCdoB/SP) visitou o instituto no final de semana e concluiu que havia indícios de maus-tratos no local. Hoje (22), segundo informações do gabinete confirmadas à Agência Brasil, o deputado protocolou um requerimento propondo a criação de uma Comissão Especial na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para fiscalizar e acompanhar os trabalhos da Polícia Civil e do Ministério Público nas investigações. Dentro da comissão, Protógenes também pretende propor uma lei que proíbe o teste em animais.
Já o deputado Ricardo Izar (PSD/SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Animais, informou ter protocolado hoje um requerimento no Ministério da Ciência e Tecnologia para recomendar a adoção de ações que restrinjam o uso de animais para pesquisas do setor de cosméticos.
Na manhã de sábado, os manifestantes fizeram um protesto em São Roque, bloqueando os dois sentidos da Rodovia Raposo Tavares, próximo ao quilômetro 56. Para dispersar os manifestantes, os policiais utilizaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Veículos da Polícia Militar e da imprensa foram depredados e queimados durante o ato. Várias pessoas ficaram feridas, entre elas, uma repórter do jornal O Globo, atingida por balas de borracha e cassetetes mesmo após ter se identificado aos policiais como jornalista. Quatro pessoas foram detidas e depois liberadas pela polícia.
Os manifestantes criaram também uma petição online em que pedem o fim do uso de animais pelo Instituto Royal. Até o momento, a petição tem mais de 474 mil assinaturas.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil
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