17/10/2013 - 6h21
Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nessa
quarta-feira que daqui a um ano a Missão Alimentação terá capacidade
para atender a toda a população do país. “Hoje, vou aprovar os planos
para multiplicar a missão”, informou em sua conta no Twitter.
Atualmente, a população venezuelana enfrenta dificuldades para comprar
alimentos da cesta básica.
A dificuldade atinge tanto produtos beneficiados pelo Programa
Missão Alimentação – que consiste na venda estatal de alimentos com
preços de 70% a 80% mais baratos que os comercializados na rede privada
de supermercados – quanto os comercializados nos estabelecimentos
particulares.
A Agência Brasil ouviu moradores de Caracas que falaram das dificuldades encontradas. A bioanalista Victoria Carmona, 27 anos, contou que tem sido muito difícil conseguir comprar frango, carne, farinha, arroz, leite e papel higiênico. “Está difícil em um supermercado normal e no mercado do governo. As filas são terríveis”, comentou.
A Agência Brasil ouviu moradores de Caracas que falaram das dificuldades encontradas. A bioanalista Victoria Carmona, 27 anos, contou que tem sido muito difícil conseguir comprar frango, carne, farinha, arroz, leite e papel higiênico. “Está difícil em um supermercado normal e no mercado do governo. As filas são terríveis”, comentou.
Segundo ela, a maior dificuldade, no caso da rede privada, é que as
pessoas estão comprando mais pelo medo de que faltem produtos. “O medo
não é irreal, porque às vezes falta mesmo papel e leite. Por isso, quem
pode compra e manda para os parentes que vivem no interior, onde o
abastecimento tem sido mais difícil”, explicou.
Segundo Victoria, quando chega um produto no supermercado, as
pessoas saem telefonando para os amigos e todos compram o máximo. “É
comum a mãe, o marido e os filhos comprarem o mesmo produto para fazer
estoque. Cada um entra, pega a quantidade limite de caixas de leite, por
exemplo. Umas três pessoas da família vão comprar”, acrescentou.
Do mesmo modo, a diarista Dilia Ribero, 56 anos, tem dificuldades
para conseguir comprar os produtos da cesta básica nos mercados estatais
que vendem alimentos subsidiados pelo programa de alimentação.
Ela vive em um apartamento da Missão Vivenda, do governo
venezuelano, em um bairro popular da capital. Dilia relata que tem sido
muito complicado comprar farinha e frango.
“A gente fica quatro horas na fila, debaixo do sol, para conseguir
comprar um frango e um pacote de farinha. Isso não dá para a semana”,
contou à Agência Brasil.
Mãe de sete filhos e eleitora de Chávez e do presidente Maduro,
Dilia disse que as condições no país estão muito delicadas. Ela acredita
nas alegações do governo de que o país tem enfrentado problemas devido à
“sabotagem da direita do país”.
“Temos que aguentar forte porque estão pressionando para que o
governo não consiga resolver os problemas. O preço de tudo subiu muito”,
informou, por telefone.
De acordo com estimativa de economistas, a inflação no país deve
chegar a 50% até o final deste ano. O Banco Central da Venezuela
registrou inflação de 4,4% em setembro e de 49,4% no acumulado dos
últimos 12 meses.
Mesmo mantendo o apoio ao governo de Maduro, Dilia opina que a gestão poderia ser melhor. “Se Maduro arregaçar as mangas e trabalhar um pouco mas, acho que as coisas podem melhorar um pouco”.
Mesmo mantendo o apoio ao governo de Maduro, Dilia opina que a gestão poderia ser melhor. “Se Maduro arregaçar as mangas e trabalhar um pouco mas, acho que as coisas podem melhorar um pouco”.
Dona Dilia demonstra descontentamento quando compara os meses de
governo Maduro com o período de Chávez. “Com nosso comandante era
diferente. Não faltou comida e nem tinha tanta restrição de nada. Está
muito difícil agora”, lamenta.
A venezuelana reclama também que houve queda na qualidade dos
serviços prestados pelo governo. Há três meses, ela saiu do rancho
(barraco) em um bairro popular para o apartamento que conseguiu
subsidiado pelo governo.
“Cheguei aqui e as paredes estavam todas sujas, sem pintar e sem
piso. Entregaram sem terminar direito e falam que foi culpa da
construtora. Não dá para ficar só dando desculpa”.
Com os programas criados por Hugo Chávez, como a própria Missão
Alimentação, milhares de venezuelanos saíram da linha de miséria e o
país está entre os menos desiguais, segundo a Organização das Nações
Unidas.
Apesar dos problemas levantados pela população, Maduro lembrou que o
programa alimentar já alcança 82% da população. "Os últimos indicadores
mostram que a Missão Alimentação aumentou em 18% o número de pessoas
atendidas. Antes, o projeto chegava a 64% da população”, informou.
De acordo com o Ministério do Poder Popular, este ano já foram feitas 65 mil jornadas de vendas de alimentos.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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