Terça-feira, 12 de junho de 2012
Em
meio a pressões por aumento salarial de todos os lados, a presidente Dilma
Rousseff convocou uma reunião no Planalto para discutir o assunto. A presidente
está preocupada particularmente com a
situação dos militares,que se queixam de estar sem aumento há 11 anos. Eles pedem 47%, mas pelas
primeiras tratativas não devem levar mais do 20%, que seriam concedidos em
parcelas até 2014. Hoje será um dia de manifestações salariais em Brasília
realizadas por pelo menos duas outras categorias: médicos e auditores da Receita Federal. A preocupação do Planalto em relação ao
pessoal do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é que há mobilização salarial
também de polícias militares pelo Brasil todo. Há risco de os dois grupos se
unirem para pressionar o governo. Além
disso, já há uma "marcha virtual" em andamento, liderada por
militares da ativa, que buscam adesões na internet, para que o reajuste seja
objeto de discussão no Congresso, em uma de suas comissões, a de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Até a quarta-feira da semana passada,
podiam ser vistas quase 400 mil assinaturas de militares e civis que apoiam o
movimento, enviando para a página do Senado, pedido de realização de audiência
com autoridades como os ministros da Defesa, Celso Amorim e do Planejamento,
Miriam Belchior, para tratar de aumento salarial. Só que, estranhamente, na
sexta-feira, a página do Portal da Cidadania do Senado deixou de registrar o
número de adesões e, agora, se limita a colocar "+ de 10 mil"
apoios. Os militares ficaram frustrados,
ontem, com a mensagem da presidente Dilma Rousseff lida na cerimônia de comemoração
da Batalha Naval de Riachuelo. Eles esperavam que ela fizesse algum aceno em
relação ao aumento. Dilma limitou- se a pedir que os militares "mantenham
a motivação, o profissionalismo e a
dedicação". Mas não passou nem de longe no tema que mais lhes interessava:
reajuste. "A presidente falou duas vezes em motivação. Mas como conseguir
manter a tropa motivada com graves
problemas salariais?", comentou um oficial, que preferiu não se
identificar. MANIFESTAÇÕES Hoje será um dia de muitas pressões sobre o governo, com pelo menos duas categorias fazendo
paralisações: médicos e auditores fiscais
da Receita Federal. O Planalto está preocupado também com a greve das
universidades federais, que já atinge 51
instituições de ensino superior. Mas o Palácio não autoriza que nenhum tipo de negociação seja feita com os professores parados. Eles já tiveram 4% de aumento, mas querem uma
revisão do plano de carreira. Qualquer
nova conversação, só mediante retorno ao trabalho.
Além das
pressões internas nos quartéis sobre seus comandantes, as mulheres dos militares
estão convocando para o próximo domingo, aproveitando a realização da
Conferência Rio+20, "um grande panelaço e saída para marcha até o Forte
Copacabana". As soluções para os inúmeros pedidos de reajuste
deverão ser desenhadas até o mês de
agosto, quando o governo encaminha ao Congresso a proposta de lei
orçamentária para 2013. A estimativa do
governo é de que qualquer aumento deverá vigorar apenas no ano que vem. Os servidores do Judiciário, querem aumento de
56%.
FONTE: Jornal de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente