17/10/2013 - 8h10
Da Agência Lusa
Cidade do Panamá – A identificação de novas prioridades, um novo
modelo de organização e a renovação da cooperação serão temas em
destaque na 23ª Cúpula Ibero-Americana, que ocorre amanhã (18) e sábado
na Cidade do Panamá.
Os desafios emergentes na esfera política, econômica, social e
cultural, a melhoria da organização das reuniões de cúpula, a renovação
da cooperação ibero-americana e suas implicações no funcionamento, na
organização e no financiamento da secretaria-geral vão ser debatidos no
encontro, que tem como lema “O papel político, econômico, social e
cultural da comunidade ibero-americana no novo contexto mundial”.
Está confirmada a presença da maioria dos líderes políticos de 19
países latino-americanos e de três países europeus (Espanha, Portugal e
Andorra, que participa desde 2004), na reunião, realizada anualmente, em
que o espanhol e o português são as línguas oficiais. A primeira
ocorreu em 1991, em Guadalajara, no México.
Portugal estará representado pelo presidente da República, Cavaco
Silva, e pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que também têm
prevista uma visita ao Canal do Panamá, uma ligação de cerca de 80
quilômetros entre os oceanos Atlântico e Pacífico, inaugurada há 100
anos e em fase de expansão.
Nos dois dias da conferência na capital panamenha - e apesar da
reunião não ter como base um tratado internacional, e sim declarações de
caráter político - vão ser ainda abordados os grandes desafios que
enfrenta a América Latina em um mundo globalizado.
Uma comissão presidida pelo ex-presidente do Chile Ricardo Lagos
destaca como prioridades o desenvolvimento de uma estratégia de
comunicação destinada a fornecer maior visibilidade aos programas,
iniciativas e projetos de cooperação.
No âmbito do diálogo político, devem ser abordados grandes temas de
debate internacional, incluindo os da cúpula do G20 - o grupo das
maiores economias mundiais -, como os problemas da segurança dos
cidadãos, o crime organizado e um novo “marco conceitual e de
cooperação” sobre os fluxos migratórios em nível global.
Nesse aspecto, destaca-se que a crise econômica no espaço europeu, em
particular na Península Ibérica (Espanha e Portugal), tem causado o
regresso de imigrantes instalados nos dois países e o aumento da
emigração europeia para a América Latina.
A cooperação nas áreas econômica e social e uma proposta para alterar
a frequência anual dos encontros de cúpula para períodos bianuais
também vão constar da agenda. O objetivo é que seja destinado mais tempo
a um “diálogo aberto e informal” entre os participantes.
As decisões adotadas formalmente devem passar a ser abordadas pelos
chefes da diplomacia, com destaque para a importância das cúpulas entre a
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União
Europeia (UE).
Em um mundo global e interdependente, a 23ª Cúpula propõe-se a
concretizar os três espaços que podem proporcionar projeção política à
comunidade ibero-americana: o do conhecimento, o da tecnologia e
inovação e o da cultura.
Fonte: Agência Brasil
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