01/10/2013 - 12h32
- Nacional
Ana Cristina Campos
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um grupo de ativistas da organização não governamental
(ONG) Greenpeace e índios de diversas etnias iniciaram hoje (1º) a semana de Mobilização Nacional Indígena
com um protesto pacífico no mastro da Bandeira Nacional, na Praça dos
Três Poderes. Seis ativistas da ONG escalaram o mastro e estenderam uma
faixa com o rosto de um indígena, a 70 metros de altura, e outra, a 50
metros de altura, com a frase Nossos Bosques Têm Mais Vida. O mastro tem
100 metros de altura.
“O Greenpeace está aqui para prestar solidariedade à luta dos
indígenas pela garantia de seus direitos e pela garantia da terra,
devido ao ataque que a bancada ruralista vem articulando na tentativa de
diminuir os direitos conquistados pela população indígena na
Constituição de 1988”, disse o coordenador da campanha Amazônia, do
Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.
Cerca de 200 índios cantaram ao pé do mastro protestando contra a PEC 215,
que está em tramitação desde 2000. A proposta retira do Poder Executivo
a atribuição exclusiva de homologar terras indígenas. De acordo com o
texto, o Congresso Nacional passa a ter competência para aprovar a
demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e ratificar
as demarcações homologadas.
Segundo o coordenador do Movimento Indígena da Bahia (MIB), Zeca
Pataxó, os índios estão reunidos para dizer não à PEC 215. “Sabemos que
se a demarcação de terras ficar com o Congresso, não terá mais terra
demarcada para os índios” por causa da bancada ruralista, disse o líder
indígena.
Sonia Guajajara, do Maranhão, uma das coordenadoras da Articulação
dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), explicou que o ato marca o início
da semana de mobilização e luta em defesa dos direitos territoriais dos
povos indígenas. “Estamos colocando a cara indígena em Brasília. Ainda
há uma grande demanda de terras a serem demarcadas em vários estados.
Isso traz um clima de insegurança para os povos indígenas e também
incita os conflitos agrários”, disse Sonia.
O protesto foi acompanhado por dois policiais militares e 12 homens
do Corpo de Bombeiros para o caso de algum ativista do Greenpeace cair
do mastro. “Não há crime nenhum. A Bandeira Nacional está incólume, não
foi danificada”, disse o tenente-coronel Gouveia, da Polícia Militar,
que pediu aos índios que não apontassem arco e flecha para os policiais.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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