29/07/2012
O LikedIn funciona?
Empresas de recrutamento dizem que site é o último recurso; para grandes companhias, rede social substituiu os 'headhunters'
FELIPE MAIA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Empresas estão de olho no que você faz na internet, e ferramentas como o
LinkedIn, uma rede social com foco na vida profissional dos
internautas, ganham cada vez mais força na hora de recrutar
profissionais.
O site aumentou sua presença no Brasil com o lançamento da versão em
português, em 2010. Em dois anos, passou de menos de 1 milhão de
brasileiros cadastrados para 8 milhões. Mas ter um perfil no LinkedIn
ajuda a conseguir uma vaga ou a receber propostas de trabalho?
Enquanto empresas de caça-talentos dizem que o LinkedIn é um recurso
secundário, grandes companhias afirmam usar menos os serviços de
"headhuters" por causa do site.
No Brasil, cem empresas pagam para usar uma ferramenta do LinkedIn que
permite fazer buscas nos perfis cadastrados e entrar em contato com os
profissionais. No mundo, são mais de 10,4 mil companhias utilizando
sistemas de recrutamento do site.
Na Pfizer, o LinkedIn já é o principal meio utilizado para buscar
profissionais. "Antes, contratávamos empresas para preencher vagas
executivas, porque elas têm um banco de dados rico. Com a internet, isso
deixou de ser um diferencial", afirma Lisandra Ambrózio, diretora de RH
da empresa.
Já as empresas de recrutamento dizem que preferem recorrer à rede social
somente quando não encontram alguém com o perfil desejado no próprio
banco de currículos ou se precisam verificar dados de alguém indicado
para o posto.
"O LinkedIn é praticamente a última alternativa", diz Winnie Welbergen, gerente da consultoria Hays.
MODELO DE NEGÓCIO
Fundado em 2003, o LinkedIn tem 161 milhões de usuários no mundo. O site
permite que empresas tenham acesso aos contatos do usuário somente
quando pagam por isso -mais da metade do faturamento da empresa vem
desse tipo de serviço.
Com as baixas taxas de desemprego, a tendência é que as empresas busquem
mais ativamente os profissionais em vez de esperar que eles se
candidatem à vaga.
"Hoje, o mais comum é a empresa fazer uma busca e contatar pessoas que
tenham o perfil da vaga, mesmo que estejam empregados", diz Danielle
Restivo, gerente de comunicação do LinkedIn.
OPORTUNIDADE
Apenas 18% dos usuários cadastrados na rede estão procurando emprego,
mas 60% dos que estão empregados estão abertos a propostas, segundo o
LinkedIn.
É o caso de Bruno Pitzer, 35. Ele trabalhava em uma multinacional
quando, no ano passado, foi encontrado por meio do site e acabou sendo
contratado como gerente na GE. "Eu tinha uma função parecida, eles viram
isso no meu currículo e me mandaram uma mensagem."
Para entrar no radar dos recrutadores, é preciso descrever bem as
funções exercidas, o que aumenta a possibilidade de ter o perfil
filtrado em uma busca por palavras-chave Pitzer, por exemplo, não
destaca apenas os nomes dos cargos que já ocupou, mas também os desafios
e as realizações de cada função. "Coloco projetos em que trabalhei,
tudo especificado."
A médica Graziela Lanzara, 35, foi contratada como gerente na Pfizer em
2011 depois de se candidatar a uma vaga que viu no LinkedIn. "Foi algo
proativo. Eu fiz uma busca com a expressão 'gerente médico', vi a
oportunidade e me candidatei", diz.
Ser encontrado por meio da rede é apenas a primeira fase do processo. A
psicóloga Eveli Marconatto, 29, foi escolhida por meio do LinkedIn para
trabalhar na Dell, mas, antes de ser contratada, passou por seis
entrevistas. "É só a porta de entrada."
Ter um bom perfil na web é importante para profissionais que estão no
início da carreira. Para altos postos, métodos tradicionais de
recrutamento ainda prevalecem.
fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente