16/10/2013 - 17h34
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Rússia,
Sergey Kuzhugetovich, reuniram-se hoje (16) para tratar da parceria
estratégica militar acertada em dezembro entre os presidentes Dilma
Rousseff e Vladimir Putin. Em pauta, a compra de sistemas de defesa
antiaérea móvel (Panzir, de médio alcance) e portátil (Igla, de curto
alcance). A exemplo de outras compras feitas pelo governo brasileiro, o
acordo envolverá transferência da tecnologia aplicada nos equipamentos.
“Não se trata de uma visita para comprar ou vender, mas de uma
visita de cooperação estratégica entre integrantes do Brics [grupo
composto pelos principais países emergentes: Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul]”, disse Amorim.
Os dois ministros avançaram também nas tratativas para a criação de
um grupo de trabalho na área de defesa cibernética e para o intercâmbio
de militares. Outro assunto abordado pelos ministros foi o Projeto FX-2,
que visa à aquisição, pelo Brasil, de aviões de quarta geração.
No encontro, Amorim informou que o projeto é uma “necessidade mais
imediata”, mas ressaltou que o Brasil pretende, em médio prazo, buscar
também parcerias para o desenvolvimento de caças de quinta geração, com
tecnologias e sistemas de armas mais avançados.
Amorim disse ao ministro russo que a aquisição dos sistemas de
defesa antiaérea – estimada em US$ 1 bilhão, mas com possibilidades de
redução deste valor – e dos helicópteros MI-35, ao custo unitário de US$
25 milhões, representam uma primeira experiência que, se for bem
sucedida, poderá avançar ainda mais.
O Brasil já recebeu nove dos 12 helicópteros contratados. Parte
deles já está sendo usada pela Força Aérea principalmente na Amazônia.
“Nossa visão em relação à Rússia não é a compra eventual de equipamentos
militares. Até podemos fazê-lo, mas nossa visão é, sim, busacar
parceria estratégica voltada para o desenvolvimento tecnológico
conjunto. Por isso, nossas primeiras experiências com vocês são tão
importantes”, disse Amorim ao ministro russo.
O projeto mais adiantado é o da artilharia antiaérea. Para assinar o
contrato, faltam apenas alguns detalhamentos técnicos, principalmente
relativos à transferência de tecnologia. A fim de resolvê-los, uma
missão técnica brasileira deverá ir à Rússia dentro de um ou dois meses,
informou o Ministério da Defesa.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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