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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Francesa Total planeja crescer no Brasil com rodadas em 2013




Autor(es): Por Rodrigo Polito | Do Rio



Besset, diretor-geral no Brasil: "Temos experiência sobre a margem equatorial, devido a nossa presença na África"
Animada com o anúncio do governo sobre a intenção de fazer a 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo e gás natural em 2013, a Total planeja participar do leilão para expandir suas atividades no Brasil, que ainda responde por parcela pequena do faturamento global de US$ 257 bilhões/ano da companhia. O objetivo da petroleira francesa é disputar os blocos em parceria com outras empresas do setor para dividir o risco do negócio.
"Temos muito interesse em participar, porque o Brasil é um país estratégico e porque temos muita experiência sobre margem equatorial, devido a nossa presença no oeste da África" contou ao Valor o diretor-geral da área de exploração e produção da Total no Brasil, Denis Besset.
A companhia participou de uma descoberta de petróleo significativa na Guiana Francesa no ano passado, que comprovou que a característica geológica da margem equatorial também é positiva na América do Sul. A 11ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ofertará justamente blocos na área da margem equatorial.
A petroleira aproveitou o intervalo de cinco anos entre a última rodada, em 2008, e a próxima, para realizar estudos sobre a região que será ofertada ao mercado. "Nos últimos dois anos fizemos muitos estudos para nos preparar para a rodada. Queremos ter sucesso", disse o principal executivo da Total no Brasil.
A 11ª rodada, no entanto, não é a única aposta da Total no Brasil. Em junho deste ano, a companhia se tornou operadora do bloco exploratório BC-2, na Bacia de Campos. No local encontra-se a maior parte do campo de Xerelete, localizado a 250 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, e cuja comercialidade foi declarada em 2007. O campo está em fase de desenvolvimento da produção. A francesa e a Petrobras têm, cada uma, 41,2% da concessão. A outra sócia é a BP, com 16,6%.
A Total está preparando uma nova perfuração na área, prevista para começar no ano que vem. A empresa, porém, ainda não tem um plano de investimentos definido para o bloco, nem para o Brasil como um todo, nos próximos anos. "O que sabemos é que vamos perfurar vários poços durante o ano que vem. E cada poço custa milhões de dólares. Vamos gastar o que tivermos que gastar para encontrar petróleo e poder, dentro de alguns anos produzir aqui", contou o executivo.
A Total também está na expectativa da declaração de comercialidade da descoberta feita no prospecto Gato do Mato, no bloco BM-S-54, em águas profundas, na Bacia de Santos. O bloco é operado pela anglo-holandesa Shell, com 80% de participação. A francesa detém os 20% restantes.
Perguntado sobre um possível interesse nos ativos de exploração e produção que a Petrobras pôs à venda no Golfo do México, Besset explicou que a companhia avalia todas as propostas colocadas no mercado. "Mas dizer que estamos interessados em comprar é outra coisa", afirmou.
Com produção mundial de 2,3 milhões de barris de óleo equivalente (BOE)/dia, a Total quer crescer no Brasil a partir de ativos na margem equatorial e no pré-sal. As duas áreas serão contempladas nos leilões de maio e novembro de 2013, respectivamente.
Besset revelou preocupação em relação ao modelo de partilha para exploração e produção de petróleo, sob o qual será realizada a licitação de blocos na camada pré-sal. "Não estou seguro de que será um modelo fácil para as empresas e para a Petrobras também. É um modelo particular, único no mundo", afirmou.
Outro motivo de atenção para a empresa são as regras de conteúdo local. Segundo Besset, o governo brasileiro terá que aperfeiçoar as regras para impedir que exigências excessivas afetem o crescimento da produção de petróleo no Brasil. Ele destaca que as companhias internacionais são "duplamente punidas", pois ainda precisam disputar com a Petrobras, que, devido ao seu porte, é o cliente preferencial dos fornecedores da indústria.

Fonte: Valor Econômico - 20/09/2012
 

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