O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, nesta
segunda (24), nota em que relaciona o baixo investimento do governo na
saúde pública ao mau desempenho do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ranking no qual o país ocupou 84ª posição entre os 187 países avaliados.
“Trata-se de uma posição nada lisonjeira para quem se coloca entre os dez mais ricos do mundo, com pretensões de ser a sexta economia do mundo”, diz o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital.
Baseado em levantamentos realizados por organismos
internacionais, o conselho constatou timidez nos investimentos públicos
em saúde no Brasil, com reflexo nos resultados alcançados pelo modelo
brasileiro nos campos do cuidado, prevenção e promoção de saúde.
Segundo o CFM, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)
revelam que o governo brasileiro tem uma participação menor do que as
suas possibilidades no financiamento da saúde pública, figurando em último lugar entre os países que têm modelo público e acesso universal à saúde.
A concentração dos médicos nas grandes cidades é apontada como fator
que contribui para a desigualdade de acesso da população ao sistema de
saúde. Segundo cálculos do conselho, os 373 mil médicos que atuam no
Brasil seriam suficientes para atender a demanda, caso houvesse
políticas públicas de incentivo à fixação de profissionais em municípios
pequenos, principalmente do Nordeste do país e da região amazônica.
De acordo com o CFM, todos os países que investem mais em saúde têm
uma taxa maior de médicos por mil habitantes e estão mais bem
posicionados no ranking do IDH. Além disso, contam com uma expectativa
média de vida maior e menores taxas de mortalidade neonatal (primeiros
28 dias de vida), segundo relatório de Estatísticas Sanitárias 2012 da
OMS.
Para o conselho, o esforço público brasileiro poderia ser maior ou
melhor orientado se o país contasse com uma visão estruturante na gestão
da saúde e os avanços na esfera econômica fossem estendidos ao campo
das políticas sociais.
O Ministério da Saúde não se pronunciou até o fechamento da matéria.
Fonte: Agência Brasil /clicabrasília
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