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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Traficantes atacam cabos eleitorais em Nova Iguaçu


Autor(es): agência o globo: Renato Onofre

Bornier, candidato do PMDB a prefeito, estava em campanha em comunidade; juiz tinha orientado a pedir reforço policial

Dois cabos eleitorais do deputado federal Nelson Bornier, candidato do PMDB à prefeitura de Nova Iguaçu, foram agredidos ontem por traficantes da comunidade Conjunto da Marinha, na divisa com a Zona Oeste do Rio. O candidato tinha acabado de pedir votos no local e já se encaminhava para a comunidade Dom Bosco, que fica ao lado, quando traficantes armados interceptaram um dos carros de apoio da campanha e agrediram o motorista e um funcionário de Bornier.
Após a agressão, um candidato a vereador que estava com Bornier na 56ª DP (Comendador Soares) ligou para o telefone de uma das vítimas, que ficara retido em poder dos traficantes, e recebeu um pedido de extorsão. Um homem, identificado como Papagaio, exigiu R$ 50 mil como pedágio para o candidato pedir votos na localidade. Ao se questionado sobre a violência, o traficante disse que era para "mostrar quem é que manda" na região.
Em depoimento à polícia, o motorista agredido, que sofreu fraturas no braço e na perna, afirmou que os traficantes justificavam a agressão por conta de uma das promessas da campanha, que é pedir ao governo estadual a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em Nova Iguaçu.
Na sexta-feira, o filho do governador Sérgio Cabral (PMDB), Marco Antônio Cabral, esteve com Bornier no bairro Vista Nova, onde anunciou que seu pai quer implantar uma UPP na cidade.
- Imagina se a agenda com o filho do governador fosse hoje (ontem). Ele teria passado por isso - disse Bornier, que já comandou a cidade entre 1996 e 2002.
O juiz da propaganda eleitoral de Nova Iguaçu, Octavio Chagas Teixeira, informou que, antes do início da campanha, reuniu-se com todos os candidatos à prefeitura para aconselhá-los a pedir reforço policial ao entrar em favelas:
- Conversamos sobre lixo eleitoral e segurança em áreas de risco. Neste caso (do Bornier), mandei uma equipe do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no conjunto habitacional da Marinha e conversei com o próprio comandante do quartel de Mesquita. A questão não é eleitoral, mas de segurança pública.
Bornier disse que o 20º BPM (Mesquita) foi informado oficialmente de sua agenda no local. Mas o comandante do batalhão, tenente-coronel Marcos Borges, negou que tenha havido o pedido de segurança, o que, para ele, poderia ter evitado a agressão de correligionários por traficantes:
- Foi um fato isolado. A comitiva do candidato já havia passado quando os traficantes abordaram os dois cabos eleitorais, que penduravam placas. Foram os próprios militantes que explicaram isso aos policiais. Tanto que não aconteceu nada com ele (Bornier), que fez a panfletagem normalmente.
O comandante chegou a pedir reforço no policiamento uma única vez, quando fez campanha na favela da Lagoinha, há cerca de um mês. Segundo ele, o candidato foi prontamente atendido.
- Estamos aqui para prestar o apoio para qualquer um dos candidatos, desde que haja solicitação - disse Borges.
Apesar de ser aliado de Cabral, Bornier não poupou críticas à política de segurança, a qual culpa pela migração de bandidos para a região.
- A política de implantação das UPPs trouxe aumento da violência na Baixada. Amanhã, vou pedir uma audiência com o secretário de Segurança para falar sobre isso. Não podemos ficar esperando na fila - reclamou.
Bornier prometeu que vai voltar ao local no próximo sábado:
- Não posso me intimidar. (Colaborou Vera Araújo)
Fonte: O Globo - 10/09/2012

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