17/09/12- 20:30
"O câmbio é livre só nos discursos, mas sabemos que o Banco Central tem uma faixa de administração entre R$ 2 e R$ 2,10", avaliou José Luís Oreiro, professor do departamento de economia da Universidade de Brasília. Oreiro participou do 9º Fórum de Economia, organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.
Mais cedo, no mesmo evento, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o regime de câmbio no país é flutuante, mas que o governo atua para evitar apreciação ou depreciação excessivas.
Em sua palestra, Oreiro apresentou um modelo de estimativa para a taxa de câmbio "ótima" para o país. Se no terceiro trimestre de 2010 essa cotação estava em R$ 2,10 --quando a taxa efetiva era de R$ 1,55-- hoje a taxa de câmbio de equilíbrio para a economia brasileira, segundo seus cálculos, seria de R$ 2,66.
Para chegar a essa taxa o professor julga ser necessário um regime de câmbio administrado, seja ele implícito ou explícito.
"O governo já esta criando coragem, já temos legislação de IOF bastante interessante para controlar o câmbio e a política de acumulação de reservas já age nesse sentido".
Segundo Oreiro, "não há nenhuma dúvida" de que se o Banco Central determinasse oficialmente um piso e um teto para a taxa de câmbio o mercado seguiria as novas regras, porque "quando o objetivo é desvalorizar a munição do BC é infinita".
Os efeitos inflacionários da uma depreciação cambial, na avaliação de Oreiro, "são balela". "O pass through é muito pequeno, em torno de 10%", estimou. "O efeito inflacionário só existe se a desvalorização for muito grande e rápida, mas se houver uma depreciação pequena e gradual, adotando a desindexação da economia brasileira, acho que conseguimos reduzir o impacto inflacionário."
Fonte: Valor Online
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