Autor(es): Por Talita Moreira, Ana Paula Ragazzi e Francisco Góes | De São Paulo e do Rio
O empresário Eike Batista poderá se tornar acionista da Sete Brasil
se prosperarem as negociações, ainda preliminares, para unir a OSX à
companhia.
As conversas ainda estão em fase inicial e têm em vista não uma
venda simples da OSX para a Sete Brasil, mas uma fusão entre as duas
empresas que daria a Eike uma participação societária na estrutura
resultante. A afirmação é de fonte ligada a um dos acionistas da Sete
Brasil que acompanha de perto o assunto.
A OSX está construindo um estaleiro no porto do Açu, no norte
fluminense, e vai fazer no local, em parceria com a Mendes Junior, a
integração de módulos a um dos cascos das plataformas replicantes
encomendadas ao estaleiro Rio Grande (RS). A OSX também quer construir
sondas de perfuração para a Petrobras, carteira que vem sendo gerida,
em sua maior parte, pela Sete Brasil.
Por enquanto, não há proposta formal e o assunto sequer chegou ao
conselho de administração a Sete Brasil. "Mas é algo que o Eike está
articulando com os principais acionistas da empresa", diz esse
interlocutor.
Neste momento, o que se discute é se uma operação como essa faria
sentido. A OSX é o braço de construção naval do grupo EBX, controlado
por Eike. A Sete Brasil é uma holding que gerencia carteiras de ativos
voltadas para o segmento de petróleo e gás - contrata e aluga sondas
que serão usadas pela Petrobras, por exemplo. A empresa tem como
acionistas a Petrobras, fundos de pensão de estatais (como Petros e
Previ) e os bancos Santander, Bradesco e BTG Pactual.
"Faz sentido uma empresa que aluga e opera sondas passar também a
construir?", questiona essa fonte. Na avaliação desse interlocutor, o
negócio poderia dar à Sete Brasil um acesso mais rápido às sondas que
precisa contratar, mas os ganhos ainda não estão muito claros. "Há
sinergias, mas não é um negócio maravilhoso."
Também de acordo com essa fonte, foi concluído nos últimos dias o
aumento de capital de US$ 3,7 bilhões na Sete Brasil, liderado pelo BTG
Pactual e pela empresa americana de participações EIG Global Energy
Partners.
A Sete Brasil não tem atividade de construção naval e offshore e vem
contratando uma série de sondas de perfuração com diversos estaleiros
do país. A holding já assinou contratos para a construção de 28 sondas
com a Petrobras. Depois de prontas, as unidades serão afretadas à
estatal em contratos de longo prazo.
Para a holding, portanto, seria uma boa oportunidade oferecer esse
tipo de serviço integrado. Nesse modelo de negócio verticalizado a
empresa participaria desde a construção até a operação das sondas de
perfuração tornando-se concorrente dos próprios estaleiros nos quais
vem contratando serviços.
Fonte: Valor Econômico - 24/09/2012
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