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domingo, 15 de junho de 2014

País precisa abrir mercado ferroviário, diz especialista

15/6/2014 às 09h00 (Atualizado em 15/6/2014 às 09h26)

Especialista diz que reforma poderia facilitar entrada de várias empresas no País
Segundo especialista, companhias britânicas procuram por oportunidades internacionais e vislumbram possibilidade de investimentos em países com grande desenvolvimento ferroviário Ed Ferreira/23.03.2010/Estadão Conteúdo

A reforma na modelagem do sistema ferroviário brasileiro tem que rumar na direção da abertura de mercado para facilitar a entrada de um grande número de empresas e, assim, garantir preços competitivos para usuários deste meio de transporte. A opinião é do especialista em ferrovias Jake Rudham, que faz parte da agência do governo britânico responsável por negócios em outros países, a UK Trade Investment. O especialista, que está no Brasil para garimpar as oportunidades do setor, falou com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

— O Brasil necessita de um direcionamento para a abertura do mercado ferroviário.

De acordo com ele, as companhias britânicas procuram por oportunidades internacionais e vislumbram possibilidade de investimentos tanto em países com grande desenvolvimento ferroviário, como Estados Unidos e Austrália, quanto em mercados carentes, a exemplo de nações africanas e do Oriente Médio.

— Se o Brasil quiser se tornar um dos lugares visados pelos investidores, ele precisa encontrar uma maneira de tornar o ambiente mais fácil e aberto para os negócios.

A opinião do especialista está inspirada na experiência do próprio Reino Unido na formação do modelo ferroviário que vigora desde os anos 1990, quando o país realizou as privatizações do setor.

Os britânicos adotaram o modelo open access, o mesmo que o Brasil vai implementar a partir das próximas concessões ferroviárias. Este sistema mantém uma separação entre construtor e operadores dos trens. A capacidade da ferrovia é disponibilizada para as empresas especializadas no transporte de carga. O gerenciamento da capacidade é feita por um órgão ligado ao governo, a Valec no caso brasileiro e a Network Rail no Reino Unido.

Atualmente, sete empresas operam frete nas linhas que cortam o Reino Unido. Os preços são livres e, segundo o especialista britânico, são competitivos a ponto de o sistema recuperar parte do mercado perdido para o modal rodoviário anos antes - apenas no transporte ferroviário de passageiros há uma intervenção governamental, que oferece subsídios.

— Em um mercado em que qualquer empresa pode operar frete, não necessita de controle de preços. A economia inglesa é historicamente aberta e levamos esse princípio ao sistema ferroviário.

Na última década, o transporte de carga realizado pelas ferrovias britânicas cresceu em torno de 50%.

Brasil
Rudham veio a São Paulo pela primeira vez nesta semana para entender as intenções do governo brasileiro no setor ferroviário e encontrar possíveis investimentos no País para companhias britânicas. Por isso, ele não menciona projetos específicos que estão no radar de investidores do mercado brasileiro.

O representante do governo britânico fala do Brasil com entusiasmo em relação a oportunidade de negócios, mas faz ressalvas quanto ao ambiente de negócios. "Cinco anos atrás, o investidor estrangeiro olhava o Brasil com grande entusiasmo, mas a realidade é que não é o lugar mais fácil para fazer negócios", afirmou Rudham.

Ele disse que muitos projetos para o País ainda estão na mesa e que o investidor estrangeiro necessita de tempo para entender como os negócios são conduzidos no Brasil. "Mas o País definitivamente tem um grande potencial e é reconhecido como um lugar de grandes oportunidades", disse o especialista.


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