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terça-feira, 25 de junho de 2013

Fala de membro do Fed acalma dólar e juros futuros

Autor(es): Por Silvia Rosa, Antonio Perez e Lucinda Pinto | De São Paulo
25/06/2013

A leitura de que o banco central dos Estados Unidos deve promover uma retirada moderada dos estímulos econômicos e a divulgação de um crescimento na arrecadação de impostos federais brasileiros trouxeram um alívio para os mercados ontem, com o dólar encerrando o segundo dia consecutivo em queda e as taxas dos contratos futuros de juros cedendo na BM&F.

Depois de uma forte reação de aversão a risco por parte dos investidores, após o discurso do presidente do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve), Ben Bernanke, na última quarta-feira, alguns analistas e membros do Fed apontam que o mercado pode ter exagerado na dose e interpretado mal os sinais da autoridade monetária dos EUA. O dólar perdeu força no mercado externo depois do comentário do presidente do Fed de Dallas, Richard Fischer, de que a redução gradual do volume de ativos comprados pelo banco central dos Estados Unidos é a direção correta para a política monetária americana.

A notícia fez com que o rendimento dos títulos do Tesouro americano de dez anos recuasse para a faixa de 2,567%, depois de alcançar 2,667% durante o dia, maior nível desde 1º de agosto de 2011.

A divulgação do crescimento da arrecadação de impostos federais pela Receita Federal, que somou R$ 87,858 bilhões em maio, marcando aumento de 5,80% em relação a maio de 2012, contribuiu para acentuar a queda do dólar em relação ao real. "O resultado da arrecadação veio muito melhor, e mostra que a economia está crescendo", afirma Gabriel Gersztein, estrategista da corretora Icap.

O dólar comercial encerrou a segunda-feira em queda de 0,71% em relação ao real, a R$ 2,2280.

O Banco Central realiza hoje um leilão de contratos de swap cambial (que equivalem a uma venda futura de dólar). Serão ofertados até 66.600 contratos com vencimento em 1º de outubro e 1º de novembro, para rolar US$ 3,330 bilhões que vencem em 1º de julho.

Além das intervenções do BC e das medidas de flexibilização das amarras cambiais, já se comenta no mercado a possibilidade de o governo vir a reduzir o prazo e o volume de recursos que os exportadores podem manter no exterior, oriundo da receita com exportações. "O governo poderia reduzir gradualmente esse prazo para trazer parte dos recursos deixados lá fora para o Brasil, o que ajudaria a reduzir a pressão de alta do dólar", afirma Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO. Hoje os exportadores podem deixar no exterior as receitas com a venda de produtos por até 720 dias. Segundo Nehme, o atual patamar do dólar já seria atrativo para uma internação dos recursos deixados no exterior.

Os juros futuros caminharam ontem claramente de mãos dadas com os retornos dos títulos do Tesouro americano. Depois de uma alta forte pela manhã, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) perderam fôlego e mudaram de rota à tarde, junto com os Treasuries. A influência externa sobre os juros futuros locais é mais visível quando se compara graficamente o comportamento da T-Bill de 10 anos com a taxa do contrato DI com vencimento em janeiro de 2017, segundo Gersztein, da Icap. Após atingir máxima de 11,88% pela manhã, o derivativo fechou a 11,06% (ante 11,56%).

Entre os contratos com vencimentos mais próximos, as quedas foram menores. O DI para janeiro de 2014 - que, em tese, reflete as apostas para o atual ciclo de aperto monetário - encerrou o pregão a 9% (ante 9,16%). Segundo operadores, contribuiu para a redução dos prêmios o anúncio do forte resultado da arrecadação em maio, o que torna mais factível a possibilidade de o governo federal entregar o prometido superávit primário de 2,3% do PIB. Como o número de contratos negociados foi reduzido, não é possível afirmar que a redução das taxas tenha sido consistente. Foram negociados 185 mil contratos do DI para janeiro de 2014, ante média diária superior a 500 mil na semana passada.

Fonte: Valor Econômico/Portal ClippingMP

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