Brasília -
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram nesta
quarta-feira, por maioria, derrubar a proposta de redução das penas da
Ação Penal 470, o processo do mensalão. Por 7 votos a 2, a Corte
rejeitou a sugestão do ministro Marco Aurélio Mello, que considerava
vários crimes contra a administração pública como um só, aplicando
apenas uma pena agravada em até dois terços.
A discussão foi retomada após o intervalo com o voto do
ministro-revisor Ricardo Lewandowski, único a aderir à proposta de Marco
Aurélio. “Não me parece consentâneo com o princípio da Justiça nem da
equidade que o alegado chefe do esquema criminoso tenha recebido uma
pena corporal quatro vezes menor que um de seus executores e que integra
a mesma quadrilha. Me parece que há uma desproporção que temos que
corrigir”, disse o ministro, em referência a José Dirceu (ex-ministro da
Casa Civil) e Marcos Valério (publicitário).
Segundo Lewandowski, não há porque acreditar que os juízes de primeira instância começarão
a seguir o exemplo do STF, reduzindo vários crimes em apenas um. O
ministro disse que o caso do mensalão não serve de paradigma para
processos futuros porque inovou em várias questões criminais, como o
conceito de lavagem de dinheiro e superampliação das penas para evitar
prescrição.
Os ministros que votaram em seguida rejeitaram a proposta, aderindo à tese do relator Joaquim Barbosa para manter as penas como estão. “Daqui a pouco até estupro vamos colocar nesse pacote, e vai ser colocado continuidade delitiva, sem limite temporal e espacial”, protestou Gilmar Mendes. Ele lembrou que as penas são proporcionais aos múltiplos crimes executados pelo grupo. “Tudo aqui é inusitado, e não a nossa decisão”, completou Barbosa.
Os ministros que votaram em seguida rejeitaram a proposta, aderindo à tese do relator Joaquim Barbosa para manter as penas como estão. “Daqui a pouco até estupro vamos colocar nesse pacote, e vai ser colocado continuidade delitiva, sem limite temporal e espacial”, protestou Gilmar Mendes. Ele lembrou que as penas são proporcionais aos múltiplos crimes executados pelo grupo. “Tudo aqui é inusitado, e não a nossa decisão”, completou Barbosa.
As ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber disseram que não podem encaixar
como um único crime delitos tão diferentes, como lavagem de dinheiro e
corrupção, mas não descartaram revisar o tema da continuidade delitiva
em processos futuros.
As informações são da Agência Brasil
Fonte: O Dia Online
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