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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OFERTA MAIOR E PREÇOS EM QUEDA REVIGORAM TV PAGA

COM NOVA ABORDAGEM, TV PAGA CRESCE 21,5% ESTE ANO
Autor(es): Por Heloisa Magalhães | Do Rio

A crise de crescimento que atingiu a economia brasileira neste ano passou longe da área de serviços de televisão por assinatura no país. De janeiro a outubro, o setor conquistou 3 milhões de novos assinantes e já tem 15,7 milhões de pontos instalados. Esse número é 23% maior que o do fim do ano passado e quase o dobro da base de dezembro de 2009. O faturamento setorial cresceu quase na mesma proporção (21%) e deve atingir R$ 22 bilhões.
A explicação para essa expansão está ligada, como em outros setores, à contínua ascensão de camadas da população para a classe C, com poder aquisitivo melhorado. Além disso, houve um saudável aumento da concorrência, em função da mudança da legislação com abertura do setor ao capital estrangeiro. Isso estimulou a queda dos preços das assinaturas. Há pacotes na faixa de R$ 40. Nas favelas cariocas pacificadas, onde predominavam as ligações clandestinas, a Claro já oferece opções por R$ 29,90 mensais.

Eduardo Aspesi, da Oi: depois de vender pacotes por R$ 29 no Rio, mas não agradar, a operadora mudou sua estratégia
O serviço de televisão por assinatura brasileiro conquistou nos dez primeiros meses do ano 3 milhões de novos assinantes, o mesmo volume registrado em 2011 inteiro. No fim de outubro, havia 15,7 milhões de assinantes, quase o dobro da base em dezembro de 2009. A receita do setor está projetada para atingir R$ 22 bilhões este ano, 21,5% a mais que em 2011.
O aumento da concorrência, a mudança da legislação com abertura do setor ao capital estrangeiro, a queda nos preços e a melhoria do poder aquisitivo da população estão entre as principais razões do crescimento.
Há pacotes na faixa de R$ 40. Mas, nas favelas cariocas pacificadas, onde o chamado "gatonet" dominava, a Claro oferece opções por R$ 29,90 mensais. A estratégia para conquistar os moradores das favelas com a presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foi fixar o mesmo valor praticado quando traficantes de drogas determinavam as leis nas comunidades.
Maior volume de assinantes e menor preço, como propõe hoje o setor, não é tudo. Em paralelo, a estratégia das operadoras busca conquistar e reter o cliente de maior renda. A saída é ampliar e sofisticar serviços, indo além da ampla e variada oferta de filmes e canais de TV em alta definição.
A atenção é aos concorrentes que chegaram com toda força. O consumidor conta com diferentes opções de provedores de conteúdo, como Netflix ou iTunes, que tornam o mercado muito mais complexo para as operadoras na faixa de clientes mais exigentes.
Esses provedores de conteúdo oferecem filmes ou programação variada via computador, nos tablets e até em celulares. Para o consultor da Teleco, Eduardo Tude, essa nova concorrência vem sendo um fator de peso na redução dos preços praticados pelas operadoras.
A Telefônica/Vivo deixou de investir na tecnologia MMDS, por rádio, herdada com a compra da área de TV paga da Abril, pois a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pediu a devolução da faixa de frequência para realocar para a área celular. A tele optou por privilegiar a tecnologia IPTV, por meio do protocolo da internet, que chega à casa do cliente por fibras ópticas em alta velocidade (200 megabits por segundo).
A rede óptica da Telefônica tem 1 milhão de domicílios, cobertura que a empresa informa que dobrará no próximo ano, quando a IPTV estará disponível também para IPad.
O diretor-executivo de negócios de TV e fibra da companhia, Roberto Della Piazza, disse que além de alta qualidade de imagem, a IPTV permite que o cliente grave um conteúdo na sala e assista no quarto. O sistema oferece interface para navegar pelos canais e busca de vídeo sob demanda.
Já a Net Serviços, presente em 99 cidades e com 90% dos clientes nas classes A e B, aposta em diferenciais como conteúdo exclusivo. O usuário pode pausar programas ao vivo, voltar ao início ou rever lances em câmera lenta, disse o diretor de produtos, Marcio Carvalho.
O executivo disse que a Net segue a rota dos serviços diferenciados, mas, quer crescer a base de clientes. A meta é dobrar o número de cidades cobertas em 2013. Para isso, foram investidos este ano R$ 3 bilhões na construção da rede em parceria com a Embratel.
"Muita coisa está mudando. Os clientes da classe D passaram para C, e os da C para B2. TV paga é um serviço que o consumidor quer ter em casa quando sobra um pouco de dinheiro", disse Carvalho.
Fonte: Valor Econômico - 13/12/2012

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