COM NOVA ABORDAGEM, TV PAGA CRESCE 21,5% ESTE ANO
Autor(es): Por Heloisa Magalhães | Do Rio
A crise de crescimento que atingiu a economia brasileira neste
ano passou longe da área de serviços de televisão por assinatura no
país. De janeiro a outubro, o setor conquistou 3 milhões de novos
assinantes e já tem 15,7 milhões de pontos instalados. Esse número é
23% maior que o do fim do ano passado e quase o dobro da base de
dezembro de 2009. O faturamento setorial cresceu quase na mesma
proporção (21%) e deve atingir R$ 22 bilhões.
A explicação para essa expansão está ligada, como em outros
setores, à contínua ascensão de camadas da população para a classe C,
com poder aquisitivo melhorado. Além disso, houve um saudável aumento
da concorrência, em função da mudança da legislação com abertura do
setor ao capital estrangeiro. Isso estimulou a queda dos preços das
assinaturas. Há pacotes na faixa de R$ 40. Nas favelas cariocas
pacificadas, onde predominavam as ligações clandestinas, a Claro já
oferece opções por R$ 29,90 mensais.
Eduardo Aspesi, da Oi: depois de vender pacotes por R$ 29 no Rio, mas não agradar, a operadora mudou sua estratégia
O serviço de televisão por assinatura brasileiro conquistou nos dez
primeiros meses do ano 3 milhões de novos assinantes, o mesmo volume
registrado em 2011 inteiro. No fim de outubro, havia 15,7 milhões de
assinantes, quase o dobro da base em dezembro de 2009. A receita do
setor está projetada para atingir R$ 22 bilhões este ano, 21,5% a mais
que em 2011.
O aumento da concorrência, a mudança da legislação com abertura do
setor ao capital estrangeiro, a queda nos preços e a melhoria do poder
aquisitivo da população estão entre as principais razões do
crescimento.
Há pacotes na faixa de R$ 40. Mas, nas favelas cariocas pacificadas,
onde o chamado "gatonet" dominava, a Claro oferece opções por R$ 29,90
mensais. A estratégia para conquistar os moradores das favelas com a
presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foi fixar o mesmo
valor praticado quando traficantes de drogas determinavam as leis nas
comunidades.
Maior volume de assinantes e menor preço, como propõe hoje o setor,
não é tudo. Em paralelo, a estratégia das operadoras busca conquistar e
reter o cliente de maior renda. A saída é ampliar e sofisticar
serviços, indo além da ampla e variada oferta de filmes e canais de TV
em alta definição.
A atenção é aos concorrentes que chegaram com toda força. O
consumidor conta com diferentes opções de provedores de conteúdo, como
Netflix ou iTunes, que tornam o mercado muito mais complexo para as
operadoras na faixa de clientes mais exigentes.
Esses provedores de conteúdo oferecem filmes ou programação variada
via computador, nos tablets e até em celulares. Para o consultor da
Teleco, Eduardo Tude, essa nova concorrência vem sendo um fator de peso
na redução dos preços praticados pelas operadoras.
A Telefônica/Vivo deixou de investir na tecnologia MMDS, por rádio,
herdada com a compra da área de TV paga da Abril, pois a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) pediu a devolução da faixa de
frequência para realocar para a área celular. A tele optou por
privilegiar a tecnologia IPTV, por meio do protocolo da internet, que
chega à casa do cliente por fibras ópticas em alta velocidade (200
megabits por segundo).
A rede óptica da Telefônica tem 1 milhão de domicílios, cobertura
que a empresa informa que dobrará no próximo ano, quando a IPTV estará
disponível também para IPad.
O diretor-executivo de negócios de TV e fibra da companhia, Roberto
Della Piazza, disse que além de alta qualidade de imagem, a IPTV
permite que o cliente grave um conteúdo na sala e assista no quarto. O
sistema oferece interface para navegar pelos canais e busca de vídeo
sob demanda.
Já a Net Serviços, presente em 99 cidades e com 90% dos clientes nas
classes A e B, aposta em diferenciais como conteúdo exclusivo. O
usuário pode pausar programas ao vivo, voltar ao início ou rever lances
em câmera lenta, disse o diretor de produtos, Marcio Carvalho.
O executivo disse que a Net segue a rota dos serviços diferenciados,
mas, quer crescer a base de clientes. A meta é dobrar o número de
cidades cobertas em 2013. Para isso, foram investidos este ano R$ 3
bilhões na construção da rede em parceria com a Embratel.
"Muita coisa está mudando. Os clientes da classe D passaram para C, e
os da C para B2. TV paga é um serviço que o consumidor quer ter em
casa quando sobra um pouco de dinheiro", disse Carvalho.
Fonte: Valor Econômico - 13/12/2012
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