- 24/06/2015 12h24
- Brasília
Luana Lourenço e Daniel Lima – Repórteres da Agência Brasil
Edição: José Romildo
A ampliação de US$ 15 bilhões para o Fundo de Garantia às Exportações (FGE) objetiva incentivar o aumento da participação do Brasil no comércio exterior nos próximos anos |
O
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando
Monteiro Neto, lançou hoje (24) o Plano Nacional de Exportações (PNE),
que prevê, entre outras medidas, a ampliação de US$ 15 bilhões para o
Fundo de Garantia às Exportações (FGE). O objetivo é incentivar o
aumento da participação do Brasil no comércio exterior nos próximos
anos.
A ampliação dos recursos, que constitui um dos pontos
relevantes do PNE, se baseia no Programa de Financiamento às Exportações
(Proex). O Proex tem uma linha de financiamento, denominada
equalização, em que os exportadores são financiados por instituições
financeiras estabelecidas no país ou no exterior. O Proex arca com parte
dos encargos financeiros incidentes, de forma a tornar as taxas de
juros equivalentes às praticadas internacionalmente.
O ministro
Armando Monteiro disse que o novo pacote está sendo lançado para
acompanhar a tendência mundial de crescimento do comércio entre os
países. O ministro disse que o plano prevê aperfeiçoamento de mecanismos
de financiamento, adequando-se às necessidades dos exportadores.
“O
crescimento médio do comércio mundial é bem superior ao crescimento do
Produto Interno Bruto [PIB] mundial. Considerando esse cenário, é
evidente a oportunidade de lançar esta iniciativa, consubstanciada num
plano. O mercado internacional nos oferece mais oportunidades que
riscos, temos espaço para ocupar, há um PIB equivalente a 32 brasis fora
de nossas fronteiras e 97% do mercado consumidor está lá fora”, disse o
ministro.
O Plano Nacional de Exportações se baseia em cinco
estratégias: acesso a mercados; promoção comercial; facilitação de
comércio; financiamento de garantias à exportações; e aperfeiçoamento do
sistema tributário relacionado ao comércio exterior.
O novo
plano, que terá vigência até 2018, unifica pela primeira vez todas as
ações e estratégias do país a para exportação de bens e serviços. O
governo espera aumentar as exportações brasileiras com a ampliação do
número de empresas que vendem para outros países, inclusive micro,
pequenas e médias. O plano também prevê medidas específicas para
exportações do agronegócio e para recuperação das vendas externas de
produtos manufaturados.
De acordo com o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil é a sétima
economia do mundo, mas ocupa o 25º lugar no ranking de
exportações. Na elaboração do novo plano, o governo listou 32 países
considerados prioritários para a ampliação das exportações brasileiras,
entre mercados tradicionais – como os Estados Unidos – e emergentes.
Em
2014, de acordo com o governo, as exportações de produtos brasileiros
somaram US$ 225,1 bilhões. Este ano, até o dia 22 de junho, segundo
dados do ministério, os embarques ao exterior chegaram a US$ 88,331
bilhões e as compras externas, a US$ 87,417 bilhões, com saldo positivo
de US$ 914 milhões na balança comercial.
O plano está sendo
apresentado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Armando Monteiro Neto, em cerimônia no Palácio do Planalto ao
lado da presidenta Dilma Rousseff. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy –
que lidera a equipe econômica do governo – não participa do anúncio. O
vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro de Orçamento,
Planejamento e Gestão, Nelson Barbosa estão na solenidades, além de
representantes do setor produtivo.
O presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, disse que o plano “confere
papel estratégico e prioritário para a política comercial brasileira”.
Segundo ele, sem uma postura ativa, amparada em instrumentos que
estimulem o acesso a novos mercados, "o país não alcançará posição no
cenário global à altura da sétima maior economia do mundo".
Para o
economista Roberto Giannetti da Fonseca, consultor no setor exportador e
ex-secretário da Câmara de Comércio Exterior (Camex), o plano é
importante para “retomar a competitividade e o crescimento econômico do
país”.
Fonte: Agência Brasil
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