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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mais pressão sobre Dilma e Lula

Na semana em que os presidentes das duas maiores empreiteiras do Brasil, Odebretch e Andrade Gutierrez, devem prestar depoimento à Polícia Federal, não é apenas o Palácio do Planalto que acendeu a luz de alerta. Caciques petistas admitem, reservadamente, o temor de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja na mira do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos relativos ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras. Uma ala do PT mais ligada ao ex-presidente ataca, nos bastidores, a letargia da presidente Dilma Rousseff diante do agravamento da crise política e dos danos ocasionados pela Operação Lava-Jato. Para alguns interlocutores, a presidente lavou as mãos.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também é alvo da ira de alguns petistas por não ter conseguido controlar a situação. No geral, a avaliação é de que esta semana será uma das mais difíceis para a presidente. Os executivos da Odebretch já mandaram recados ao Planalto, alertando que não aceitarão a prisão facilmente, inclusive fazendo ameaças a Dilma e a Lula. Os petistas teriam que “resolver a lambança” ou “não haverá República na segunda-feira”, teria dito Marcelo Odebrecht ao ser preso, segundo a revista Época. Marcelo, da Construtora Norberto Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, foram para a cadeia com outras 10 pessoas na 14ª fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Erga Omnes, que significa “uma medida vale para tudo”.

Hoje, quatro executivos — dois da Odebretch e dois da Andrade Gutierrez — vão prestar depoimento, em Curitiba, a delegados da Polícia Federal. Eles estão presos temporariamente. A prisão do grupo vence amanhã, mas pode ser prorrogada por mais cinco dias. Marcelo Odebretcht e Otávio Azevedo, além de outras seis pessoas, foram presos preventivamente e, por isso, devem ser ouvidos ao longo da semana. Os demais tiveram a prisão temporária decretada.

Queixas
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, o próprio Lula teria dito a aliados que a prisão dos dois maiores empreiteiros do país seria uma demonstração de que ele será o próximo alvo da Operação Lava-Jato. Ainda segundo interlocutores, Lula se queixa da atuação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que teria convencido Dilma a minimizar o impacto político da operação.

Em encontro com religiosos em seu instituto, em São Paulo, na noite de quinta-feira, Lula fez severas críticas à presidente. Disse que Dilma estava no “volume morto”, assim como ele próprio. Também reclamou da falta de disposição da sucessora para viajar pelo país e afirmou que os ministros do PT não falam: “É um governo de mudos”.

 

Fonte: Sinopse da MB/Correio Braziliense

            

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