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segunda-feira, 22 de junho de 2015
Cheias do Rio Negro já afetam agricultura amazonense
22/06/2015 15h13
Brasília
Da Agencia BrasilEdição: Marcos Chagas
O
nível do Rio Negro, que banha a capital, Manaus, e outros municípios
amazonenses, voltou a subir no fim de semana. Técnicos do Serviço
Geológico do Brasil registraram hoje (22) a quarta mais alta medição
deste ano, 29,64 centímetros.
O volume do rio caiu 1 centímetro
(cm) de quinta (18) para sexta-feira (19), após quatro dias com nível
estável. Entre sexta-feira e sábado (20), o nível subiu em média 1cm e
duplicou de ontem para hoje.
A
Defesa Civil informou que as cheias afetam 92.024 famílias no estado e
que 46 municípios estão em situação de emergência, quatro em alerta e
dois em estado de calamidade pública (Boca do Acre e Anamã). As famílias
afetadas receberam 717 toneladas de alimentos não perecíveis,
medicamentos e filtros de água.
Os agricultores amazonenses
também foram atingidos pelas cheias do Rio Negro. Segundo o presidente
da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas, Alfredo
Pontes, estão comprometidos de 70% a 80% da produção agrícola do estado.
Nascimento disse que os preços podem subir e que já existem produtos em
falta no interior. "Não se vê mais tomate ou mamão no interior, por
exemplo. Sem contar que isso gera aumento nos preços – alguns já estão
30% mais caros. Sem políticas estabelecidas de auxílio à agricultura, o
produtor vai ficando à mingua."
Segundo o engenheiro Hertz
Rabelo, da Superintendência Regional de Manaus do Serviço Geológico do
Brasil, a expectativa é que o volume d'água continue subindo. "É muito
difícil estabelecer uma previsão porque o rio é muito dinâmico. Vários
fatores influenciam seu volume. Mas [o rio] deve continuar subindo, a
exemplo do que ocorreu em 2012, quando tivemos o maior registro. Naquele
ano, o rio se manteve estagnado por um período e depois subiu. Não
acreditamos, porém, que atinja a mesma marca", disse Rabelo.
Muitas
famílias tiveram a casa alagada com a cheia do Rio Negro. Na capital,
11 bairros na área urbana e 24 comunidades na zona rural estão acima do
nível normal. Na área central da cidade, ruas foram interditadas por
causa do alagamento.
O município de Anamã, no Baixo Solimões,
ficou praticamente submerso em todo o perímetro, o que prejudicou
serviços essenciais como atendimento médico e coleta de lixo.
Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) não se manifestou até a publicação da matéria.
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