11/06/2015 20h33
Rio de Janeiro
Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu hoje (11) sindicância para apurar irregularidades no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. Desde o ano passado, o conselho acompanha a situação precária da unidade, que sofre com falta de insumos, medicamentos, recursos humanos e materiais para cirurgias cardíacas e vasculares. Além disso, recentemente houve a suspensão do pagamento das empresas responsáveis pela limpeza.
De acordo com o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez, o conselho reuniu-se em dezembro com então secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir, e no mês passado, com o atual responsável pela pasta, Felipe Peixoto, para cobrar soluções para os problemas do instituto.
“Nos reunimos com o secretário de Saúde e ele informou que o problema é de restrição financeira. Então, o governador deve estar priorizando outras áreas. Por causa disso, estamos abrindo uma sindicância, de modo a apurar especificamente a situação do instituto. Também estamos propondo uma ação judicial criminal contra o governador.”
Vazquez explicou que, na sindicância, serão cobrados esclarecimentos ao diretor da entidade. "[A finalidade é] verificar se o problema está na direção do hospital, na Secretaria de Saúde ou no governo", disse. Ao mesmo tempo, o Cremerj recorrerá à Justiça para responsabilizar o governador Luiz Fernando Pezão pela situação dos hospitais estaduais.
“Será uma ação criminal, porque ele está economizando dinheiro, matando a população do Rio de Janeiro. Dei ordem ao Departamento Jurídico para que proponha hoje mesmo a ação", destacou o presidente do Cremerj.
Pablo Vazquez disse que o problema atinge toda a rede estadual de saúde. Segundo ele, os contratos com as equipes de limpeza não estão sendo honrados, como o próprio governador admitiu ontem (10).
"Há desabastecimento de insumos e de manutenção de material. Também foi estabelecida uma linha de atendimento de infarto agudo do miocárdio, uma das principais causas de mortalidade da população mundial, brasileira e do Rio de Janeiro, e que não está sendo executada por problemas financeiros”, acrescentou Vazquez. O Cremerj também recebeu denúncias de elevadores parados e cirurgias desmarcadas.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a direção do intituto de cardiologia informou que dois elevadores estão em funcionamento e foi solicitado à empresa responsável pela manutenção “o diagnóstico para reforma completa dos equipamentos”. Sobre as cirurgias, o instituto esclareceu que os procedimentos estão sendo remarcados e que quatro intervenções foram realizadas hoje.
O órgão informou ainda que a empresa responsável pela limpeza recebeu ontem um repasse e que o pagamento está sendo regularizado. Acrescentou que funcionários de outras unidades foram deslocados hoje para realizar o serviço de limpeza no instituto do coração. A secretaria garantiu que todos os pacientes estão sendo acompanhados pela equipe médica e negou falta de medicamentos ou insumos no instituto.
Fonte: Agência Brasil
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