Raul Justes LoresA presidente Dilma Rousseff disse que quer o Brasil "com economia mais aberta e competitiva" e - em resposta à queixa de um empresário - que a burocracia brasileira "ainda é infernal", em reunião fechada com banqueiros e investidores em Nova York, nesta segunda (29).Também defendeu o ajuste fiscal como "fundamental" e explicou o seu plano de concessões de infraestrutura, lançado no início de junho, que transfere rodovias, aeroportos, portos e ferrovias à administração privada.A Folha ouviu dois dos presentes à reunião, que pediram anonimato. Ambos afirmaram que Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estavam "totalmente coordenados, em sintonia".Segundo assessores, a atitude pragmática de Dilma diante do empresariado americano demonstra sua vontade de mostrar mudanças na política econômica. O governo também promoveu seminário para 470 empresários, em sua maioria estrangeiros.A presidente foi pouco interrompida por perguntas no encontro no hotel St. Regis, que durou pouco mais de uma hora. Falou da importância da credibilidade fiscal e disse que o Banco Central "na prática já é independente".Repetiu que quer aprofundar a relação com os EUA e que o Brasil precisa de novos investimentos americanos. Citou semelhanças entre os dois países --"democracias plurais, com liberdade de expressão e transparência".Dilma declarou ainda que quer construir "um país de classe média" e que os avanços sociais seriam mantidos.Não disse nada sobre seus encontros com o presidente Barack Obama --jantar na noite de segunda (29) e reunião na terça (30) de manhã.REUNIÃO COM MURDOCHAntes da conversa com os empresários, Dilma se reuniu com Rupert Murdoch, dono de "The Wall Street Journal" e da rede ultraconservadora de notícias Fox News, na sede do diário em Nova York.O encontro abordou avaliações de cenário econômico, investimentos e a Olimpíada do Rio, no ano que vem.A visita coincidiu com a publicação, nesta segunda, de anúncio de quatro páginas em "The Wall Street Journal", no qual o governo divulga seu programa de concessões.Nas cores da bandeira nacional, a peça publicitária lista as possibilidades de investimentos em infraestrutura, que somam R$ 198,4 bilhões.A peça traduz o objetivo da comitiva em Nova York: divulgar o pacote, falar com potenciais investidores e sanar dúvidas. Nos encontros privados, Dilma esteve com executivos de grupos como Citibank, J.P. Morgan, Credit Suisse, Coca-Cola e Walmart.
Fonte: Sinopse da Marinha/Folha de São Paulo
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