- 22/06/2015 15h22
- Brasília
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil
Edição: José Romildo
"Nosso desejo é assentar em condições dignas, todas as pessoas, famílias, que hoje estão acampadas", diz Patrus Ananias |
O
ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse hoje (22)
que o governo está preparando um novo programa de reforma agrária, que
deve ser apresentado em julho. A proposta, que está sendo discutida com
governos estaduais e municipais e entidades do campo, será apresentada à
presidenta Dilma Rousseff para que seja lançada até o aniversário de 45
anos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no
começo do próximo mês.
“No dia 9 de julho, aniversário do Incra,
o ideal seria que até lá estejamos lançando o programa. Vamos trabalhar
com esta data como referência, mas é claro que decisão final será da
presidenta, quanto ao momento e aos conteúdos”, disse o ministro, em
entrevista após o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar
2015/2016.
A ampliação da reforma agrária é uma das principais
cobranças dos movimentos sociais do campo ao governo da presidenta Dilma
Rousseff. Em 2014, o governo assentou 32 mil famílias. Desde 2011,
início do governo Dilma, foram 107 mil famílias assentadas, resultado
muito inferior ao de governos anteriores. Nos primeiros quatro anos de
mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assentou 232 mil
famílias.
“Nosso desejo é o assentamento, em condições dignas, de
todas as pessoas, famílias, que hoje estão acampadas”, disse o
ministro, sem adiantar os números. O governo também prepara para o
próximo mês, uma revisão dos limites de financiamento do Programa
Nacional de Crédito Fundiário.
Durante o lançamento do plano, o
coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
(Fetraf), Marcos Rochinski, cobrou do governo federal a reforma agrária
para combater conflitos fundiários e a violência no campo. “Não é
possível continuar sem a implementação de uma reforma agrária efetiva –
entendamos de uma vez por todas que não seja mais necessário
derramamento de sangue por disputa de terras”, afirmou Rochinski. E
acrescentou: “Nós todos precisamos dar um voto de repúdio ao latifúndio
improdutivo, a toda forma de violência no campo.”
Fonte: Agência Brasil
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