A Itaguaí Construções Navais (ICN) avança na construção do primeiro submarino convencional (S-BR1) que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil (PROSUB). A instalação do Soft Patch, também chamado de escotilhão, abertura na parte superior do casco para a retirada dos motores de combustão principais, está em fase de preparação. O objetivo desta abertura na seção 2A do S-BR-1 é facilitar a retirada dos equipamentos para reparos e manutenção, sem a necessidade de seccionar o submarino.
Os grandes desafios desta operação são o corte do casco sem prejudicar a estrutura e o posterior ajuste do escotilhão, que precisa ser soldado no local preciso. Um erro nestes processos pode causar a inutilização da seção em que serão executados. “Para este trabalho, a primeira etapa, que são os reforços no casco, já foi iniciada. Estes reforços, tanto internos quanto externos, garantem que o casco não sofra distorções devido à dimensão da abertura. Em seguida, são feitas várias verificações para garantir que a execução seja perfeita”, explica Claudio Branquinho, engenheiro mecânico da UFEM/ICN. Na primeira etapa, aproximadamente 10 profissionais estiveram envolvidos.
O Soft Patch é uma peça reforçada, com 3.650 mm de comprimento por 3.100 de largura, cuja solda é mais elaborada e possui uma geometria complexa. De acordo com Branquinho, todo o processo deve durar seis meses para ser concluído. Os técnicos também aguardam uma autorização da França para que o corte comece a ser feito. O engenheiro ainda destaca que este processo será realizado em todos os outros submarinos em fabricação para o PROSUB.
O projeto de Soft Patch dos SBR faz parte do processo de transferência de tecnologia entre a Marinha do Brasil e a empresa francesa DCNS, pois o S-BR é baseado na classe Scorpène. Os técnicos franceses estão transferindo a tecnologia deste processo aos profissionais brasileiros para a concretização do trabalho.
Os avanços seguem com o pré-outfitting da calota de vante das seções 3 e 4, ambas do S-BR-1, que vieram da França. Esta fase envolveu uma equipe de proximadamente 15 profissionais nas atividades de marcação, montagem, soldagem, preparação, pintura e inspeção.
Os principais desafios encontrados durante esta etapa foram a marcação e a instalação de cerca de 570 suportes e bases. Segundo Wander de Freitas, gerente de planejamento industrial da ICN, a soldagem de tais elementos demandou soldadores altamente qualificados para conseguir atingir os requisitos exigidos na construção de um submarino, em um ambiente com restrições de espaço. “Foi necessário um tempo de aprendizagem por toda a equipe pelo fato de ter sido a primeira atividade de pré-outfitting do S-BR-1”.
No início de junho, as seções 3 e 4 atingiram 30% de progresso e após esta fase, a sequência é o outfitting (acabamento) com as instalações de tubulação, válvulas, cabos elétricos, entre outros, cujo processo leva em média 30 meses, ou seja, até a fase final da construção do submarino.
Fonte: Sinopse da Marinha/Site Defesa Aérea&Naval
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