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quinta-feira, 4 de junho de 2015

CCBB Rio recebe projeto de leitura inclusiva no fim de semana

04/06/2015 12h50
Rio de Janeiro
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil* Edição: Maria Claudia
Uma instalação diferente vai levar crianças a viajar pelo mundo da literatura infantil a partir de amanhã (5) até segunda-feira (8), no Centro Cultural do Banco do Brasil – CCBB – no Rio de Janeiro, no lançamento da Campanha Todas as Pessoas Têm Direito a Conhecer Todas as Histórias – Leitura Acessível, criada pela Escola de Gente - Comunicação em Inclusão.

A escritora Claudia Werneck vai relançar seu livro Sonhos do Dia, o primeiro impresso em diferentes formas acessíveis e de inclusão, que surgiu em 2011, em sete formatos, e agora aparece com mais duas formas de acesso.

É um livro publicado diversas formatos, a fim de facilitar o acesso de todas as crianças a ele. Há versões em tinta; em Braille (para cegos); em DVD – uma de filme com legenda e Libras (língua de sinais), com desenhos animados e autodescrição, na qual uma voz desccreve o que está acontecendo para as crianças que não enxergam.

Outras versões são apresentadas em CD, com a história sob forma de livro falado e, ainda, adaptada para Daisy, um formato que permite a navegação pelo texto no computador, por meio de leitores de tela; e, ainda, em PDF e TXT.

A escritora Claudia Werneck, também fundadora da Organização Não Governamental Escola de Gente, que trabalha com inclusão, diz que, quando a criança começa a perceber que o livro é feito para todas as pessoas, ela aprende a "não discriminar em função de desigualdades e diferenças de qualquer natureza".

Claudia revela que, na instalação, cada formato trará apenas uma parte da história. "As crianças vão ter acesso a um pedaço do livro em cada formato. Quem não conhece braile vai perder o pedaço daquele conteúdo. Ela vai sentir um pouco da dificuldade, e saber como é triste você querer ter acesso a um conteúdo e não conseguir. O monitor vai explicar que é assim que muitas vezes a criança cega se sente, já que ela quer ter acesso ao conteúdo que, só impresso em tinta, ela não consegue ler”.

A instalação, no CCBB, foi feita pelo cenógrafo Tadeu Catharino, e tem o objetivo de proporcionar a todas as crianças a experiência de várias formas de acessar a literatura.

Claudia Werneck tem 14 livros lançados, sendo 13 deles sobre inclusão. Ela acha que a forma tradicional de publicação pode ser considerada ultrapassada.

“O livro, como habitualmente se vê, para mim, já tem uma imagem de alguma coisa obsoleta, porque o livro impresso em tinta não pensa em todas as formas humanas de se acessar informação. Uma pessoa que não tem braço, que não enxerga, com baixa visão, com dislexia, analfabeta, não tem acesso àquela informação”.

O fim da história será contada pela própria autora, que ao fim da dinâmica vai conversar com as crianças sobre a experiência. A instalação pode ser visitada de 9h as 21h, com acompanhamento por monitores a cada 3 horas: 9h, 12h, 15h, 18h.

*Colaborou Nanna Pôssa, repórter do Radiojornalismo

Fonte: Agência Brasil

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