09/10/2013 - 17h42
- Nacional
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O jornalista norte-americano Glenn Greenwald voltou hoje
(9) a prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Espionagem, no Senado. Glenn garantiu que tem publicado tudo o que sabe
sobre os documentos que tratam da espionagem que a Agência Nacional de
Segurança (NSA) dos Estados Unidos fez sobre as comunicações
brasileiras.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) propôs ao jornalista que entregasse à
CPI os documentos que tem sobre o Brasil para serem analisados pelo
colegiado. “Nós não podemos ficar sendo pautados por programas de
televisão”, disse o senador. Taques propôs que a documentação fique sob a
guarda da CPI com a ressalva de que o jornalista tenha acesso a eles
para continuar publicando as reportagens. “São documentos onde há ao
menos indício de crimes. E documentos onde há indício de crimes podem
ser objeto de busca e apreensão. Então sugiro que ele deixe esses
documentos sob a guarda do Senado, desta CPI, e possa ter acesso a eles
para executar seu trabalho”, completou.
Glenn não aceitou a proposta de entregar os documentos. Ele alegou
que vem se expondo a riscos ao buscar e publicar os documentos que
comprovam a espionagem americana, e que prefere manter o trabalho
jornalístico apartado do governo. “Estou publicando todas as informações
com muito risco. Eu não estou segurando documentos relevantes, eu não
estou segurando informações importantes. Toda informação que eu tenho
sobre espionagem contra o Brasil eu estou publicando, não estou
segurando. O governo e o jornalismo são separados e devem ficar
separados”, declarou.
O jornalista voltou a ressaltar que a espionagem da NSA não é voltada
para o combate ao terrorismo ou a crimes como a pedofilia e, sim, para
interesses comerciais e geopolíticos. “Na Petrobras não há pedófilos,
nem no gabinete da presidenta Dilma [Rousseff]. Então não é para
combater a pedofilia que a NSA está fazendo isso”, disse.
Miranda cobrou ações mais rigorosas do Itamaraty em relação ao
incidente e às prisões arbitrárias de brasileiros na Inglaterra sob o
pretexto da lei antiterrorismo britânica. “Eu fiquei decepcionado com a
resposta de imediato que a gente teve do Itamaraty, porque foi rápida,
mas não foi suficiente. E até agora não vi nenhuma reposta concreta para
que isso não se repita com outros brasileiros”, disse.
Edição: Aécio Amado
Fonte: Agência Brasil
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