15/10/2013 - 19h02
- Nacional
Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Organização das Nações Unidas
(ONU) lançou hoje (15) publicação que destaca os resultados crescentes
de compras públicas de alimentos produzidos pela agricultura familiar no
Brasil. Apresentado pela passagem do Dia Mundial da Alimentação, que se
comemora amanhã, o documento analisa especialmente o Programas de
Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae).
A publicação, denominada Demanda Estruturada e Agricultores Familiares no Brasil: o Caso do PAA e do Pnae,
foi elaborada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) e pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com dados gerais sobre
os dois programas de compras institucionais de alimentos no Brasil: o
PAA, para atendimento a programas sociais em geral, e o Pnae, dirigido
especificamente para creches e escolas públicas da educação infantil ao
ensino médio.
O PMA e Pnud, que compram dos produtores rurais cadastrados no
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),
têm potencial para aquisições diretas, por estados e municípios, no
valor de R$ 2 bilhões por ano, com grande impacto sobre a produção e a
renda dos pequenos agricultores, além de movimentar a economia regional.
O Pnae estabelece que pelo menos 30% do orçamento da alimentação
escolar devem ser destinados a compras de agricultores familiares. Isso,
de certa forma já ocorria, devido à facilidade de aquisições locais.
Tanto que, em 2010, primeiro ano da efetiva implementação do programa,
48% das entidades vinculadas ao Pnae compravam alimentos aos pequenos
agricultores, índice que cresceu para 67% no ano passado.
Segundo o relatório da ONU, o PAA e o Pnae, combinados, constituem
uma das maiores iniciativas de compra institucional de alimentos do
mundo. Além de garantir renda para os agricultores, esses programas
funcionam como redes de proteção social que melhoram a segurança
alimentar e nutricional e garantem o acesso a alimentos saudáveis por
grupos sociais vulneráveis, como crianças em idade escolar.
“A experiência brasileira tem sido tão bem sucedida que serve de
exemplo para outros países em desenvolvimento, interessados em
estabelecer programas similares, especialmente de alimentação escolar.
Apesar de todo esse interesse, faltam pesquisas que analisem os impactos
e comprovem a eficácia desses programas”, disse Daniel Balaban, diretor
do Centro de Excelência contra a Fome, estrutura do PMA.
A publicação lançada hoje é a primeira avaliação sobre o impacto da
alimentação escolar e outras modalidades de compras institucionais sobre
os fornecedores, de acordo com o representante do Pnud no Brasil, Jorge
Chediek, para quem os programas brasileiros são “exemplo de como tornar
a luta contra a fome mais eficaz”.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
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