15/10/2013
- 18h36
- Nacional
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Repórter Agência Brasil
Brasília – Após mais de 72 horas, o Corpo de
Bombeiros do Amapá encerrou hoje (15) as buscas às vítimas do naufrágio do
barco Capitão Reis 1, que afundou no Rio Amazonas, próximo a Macapá, no último
sábado (12). Dezoito pessoas morreram no acidente e já foram identificadas,
segundo os Bombeiros e o Sindicato dos Servidores Públicos Federais Civis no
Estado do Amapá (Sindsep), que usava a embarcação.
Segundo o depoimento de testemunhas, a embarcação
tombou e começou a afundar rapidamente quando retornava à cidade de Santana, a
cerca de 20 quilômetros da capital, após participar da procissão fluvial do
Círio de Nazaré. A bordo estavam diretores e funcionários do Sindsep, além de
seus parentes e amigos. De acordo com o secretário-geral do sindicato,
Hedoelson Uchôa, testemunhos de passageiros sugerem que o barco pode ter virado
após ser atingido por uma marola.
Entre os 18 mortos, há três diretores e dois
funcionários do sindicato; o comandante do barco, Reginaldo Reis Nobre, 51
anos; a presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amapá, Odete
Gomes Figueiredo; e parentes e amigos de diretores e funcionários convidados
para o passeio. Segundo o secretário-geral, não há mais desaparecidos entre as
pessoas que estavam no barco.
A Capitania dos Portos instaurou inquérito
administrativo para apurar as causas do acidente. A previsão é que a apuração
seja concluída dentro de 90 dias. Já a Delegacia Geral de Polícia do Amapá instaurou
inquérito para apurar as responsabilidades pelo naufrágio. Uma das hipóteses
para o acidente é que houvesse gente demais a bordo.
“De acordo com o relato de algumas pessoas, entre
elas um irmão meu, um barco com motor potente e uma balsa passaram e causaram
uma marola que atingiu nosso barco, que imediatamente virou e começou a
afundar”, disse Uchôa à Agência Brasil, garantindo não ter sentido a
hipótese de que o Capitão Reis 1 tenha se chocado contra algo. Era a terceira
vez que o sindicato participava da procissão usando o mesmo barco. Em troca,
garante Uchôa, apenas abastecia a embarcação com o diesel necessário para o
percurso.
“Foi como se tivéssemos caído no vácuo, tudo muito
rápido. Eu fui atirado contra o gradil, mas consegui respirar e sai porque
conhecia bem o barco. Para quem estava embaixo foi mais difícil. Por sorte,
havia muitos outros barcos próximo e eles chegaram rápido”, acrescentou Uchôa.
O secretário geral confirmou a informação de que a
Capitania dos Portos inspecionou a embarcação antes de ela sair para participar
da procissão e que, naquele instante, havia apenas 40 passageiros a bordo, além
da tripulação. De acordo com a Capitania dos Portos, a embarcação tinha
capacidade para 43 pessoas. O governo amapaense, contudo, divulgou notas sobre
o acidente informando que o barco transportava cerca de 60 pessoas.
Segundo Uchôa, o grupo do sindicato que participava
da procissão ocupava, além do Capitão Reis 1, um outro barco maior, com
capacidade para cerca de 150 pessoas.
“Conseguimos dois barcos, mas não tínhamos um
controle de quem entrava em qual das embarcações – o que, no primeiro momento,
dificultou sabermos quem estava desaparecido. Mas a Marinha, que autorizou
nossa partida, diz que havia 42 [com a tripulação] pessoas a bordo do Capitão
Reis”, argumentou o sindicalista. “Fizemos um trajeto de quase quatro horas de
viagem e retornávamos sem qualquer problema”, explicou.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente