Prejuízo causado pela tempestade pode ultrapassar R$ 40 bilhões
Estados Unidos -
A
passagem
da tempestade "Sandy" nos Estados Unidos já matou 38 pessoas, a maioria
delas pela queda de árvores sobre automóveis e casas, segundo a última
apuração do canal "CNN". O estado mais afetado pela tormenta foi Nova
York, onde a apuração do canal registrou 17 vítimas mortais. Uma pessoa
também morreu no Canadá, vítima da tempestade, que deixou deixou oito
milhões sem luz em 15 estados e no Distrito de Columbia.

Estacionamento em Nova York ficou completamente alagado
Foto: Reprodução Internet
O último balanço realizado pelas autoridades locais e noticiado pela
CNN mostra que o número de mortos subiu para 38. Novos registros de
cinco mortes na Pensilvânia e duas na Virgínia fizeram com que o número
aumentasse.
No momento, a tempestade Sandy já matou 17 pessoas em Nova York; quatro
em Nova Jersey; cinco na Pensilvânia; duas em Maryland; três em
Connecticut; duas na Virgínia, duas em Virgínia Ocidental e uma na
Carolina do Norte; além de outra morte no mar, no naufrágio do HMS
Bounty. Sandy também matou uma pessoa no Canadá e 67 no Caribe. No
total, foram 105 pessoas mortas até o momento.
Prejuízo causado pela tempestade Sandy pode ultrapassar R$ 40 bilhões
Analistas afirmam que governo deverá gastar cerca de R$ 70 bilhões
para recuperar áreas mais atingidas na costa leste dos Estados Unidos
Após atingir uma das áreas mais densamente habitadas dos Estados Unidos
na noite de ontem, com reflexos ainda sendo sentidos durante toda esta
terça-feira, a tempestade Sandy pode trazer prejuízos financeiros
estimados entre US$ 10 e 20 bilhões para os cofres públicos
(aproximadamente R$ 20,6 e 41,2 bilhões).
O furacão Katrina, o maior desastre natural da última década na
história americana, deixou um rastro de destruição calculado em US$ 100
bilhões.
As estimativas são da empresa Eqecat, especializada em prejuízos
causados por desastres naturais como furacões, tornados, nevascas e
enchentes. De acordo com Peter Morici, estudioso da área Universidade de
Maryland, será necessário um investimento em torno de R$ 75 bilhões
para o governo recuperar os pontos mais atingidos.
Ao todo dez estados declararam situação de emergência, sendo a maioria
deles na região norte da costa leste dos Estados Unidos. Os maiores
danos, porém, foram registrados nas
cidades
de Nova York e Nova Jersey, classificadas como "zona de desastre" pelo
presidente Barack Obama. Com a medida, governos e comunidades locais
podem solicitar com urgência recursos do governo federal para enfrentar
as consequências da tempestade, que deixou mais de 6 milhões de pessoas
sem eletricidade.
Somente o PIB da região de Nova York e Washington representa cerca de
2,5 trilhões de dólares de toda a economia americana, ou cerca de 10
bilhões de dólares por dia, segundo Mark Zandi, economista-chefe da
Moody's Analytics, em declaração à agência Reuters.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou nesta terça-feira
que levará dias para que a vida na cidade seja normalizada após a
passagem da tempestade. De acordo com Bloomberg, o sistema de metrô,
atingido por danos sem precedentes, continuará fechado por "quatro ou
cinco dias" e as escolas não abrirão na quarta-feira. "Essa tempestade
foi devastadora, talvez uma das piores que já vivemos", afirmou.
A bolsa de valores de Nova York está há dois dias sem funcionar. Essa é
a primeira vez que isso acontece desde 1888, quando uma grande nevasca
paralizou o centro financeiro dos Estados Unidos.
Pensilvânia
A supertempestade Sandy tocou o solo próximo a Nova Jersey com ventos
de até 130 km/h e muita chuva. As enchentes registradas em quase todas
as cidades à beira do Oceano Atlântico foram causadas também pela subida
da maré e pelas ondas de até seis metros que atingiram a região da
costa leste.
Segundo relatos, a tempestade move-se com velocidade reduzida e
levemente enfraquecida para a capital da Pensilvânia, Filadéldia.
Depois, ela deve mudar de rumo e se dirigir ao norte dos Estados Unidos,
passando novamente por uma parte do estado de Nova York até chegar ao
Canadá.
Evan Gold, vice-presidente sênior da Planalytics, uma consultoria de
Filadélfia para questões relacionadas ao clima, está pessimista com a
recuperação da cidade após a passagem da tempestade.
"Se os consumidores desta parte do país estão gastando centenas, se não
milhares de dólares para comprar coisas como geradores, ou depois da
tempestade para fazer a
limpeza, então é provável que cortem quaisquer orçamentos que as pessoas pudessem ter para as compras de fim de ano", disse.
Usina em risco
O estado de Nova Jersey está em de alerta depois que a usina nuclear
Oyster Creek sofreu aumento no nível das águas provocado pelo 'Sandy',
informou a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA (NRC). Segundo comunicado
da NRC, a usina pode ter que usar abastecimento de água de emergência
para resfriar as barras de combustível de urânio.
A declaração da NRC foi dada pela Exelon Corp, que controla a usina. O
alerta é o segundo de quatro níveis, e que poderiam afetar as bombas que
circulam a água através da usina. No entanto, um aumento maior poderia
submergir o motor da bomba, afirmou um porta-voz da NRC, na
segunda-feira.
A Exelon disse em um comunicado que não havia perigo ao equipamento e nenhuma ameaça à
saúde
pública ou de segurança. Embora tais alertas sejam considerados eventos
graves na indústria, as águas da inundação devem recuar da usina após a
maré alta, reduzindo o risco de uma ação de emergência.
Veleiro afunda com tripulação
Um veleiro naufragou na costa da Carolina do Norte, no Sudeste dos
Estados unidos. Dentro dele, haviam 16 tripulantes, dos quais 14 foram
resgatados nesta segunda-feira. Uma pessoa morreu e outra, que seria o
capitão, está desaparecido.
Um helicóptero socorreu os 14 marinheiros. O corpo de Claudene
Christian, a mulher que integrava a tripulação, foi achado horas depois
boiando já aparentemente sem vida. O capitão da embarcação, Robin
Walbridge, após dois dias de tormenta no mar, percebeu que não
conseguiria navegar ao redor do trajeto do furacão, o plano inicial.
O veleiro ficou à mercê das águas turbulentas 144 km a sudeste de
Hatteras, Carolina do Norte. Os tripulantes abandonaram a embarcação à
deriva ao passar pelo trajeto do furacão Sandy. A regra comum durante
naufrágios é que o capitão seja o último a abandonar o navio.
A embarcação apareceu em diversos outros filmes de Hollywood, incluindo
um da série "Piratas do Caribe". Ela foi construída originalmente para o
filme "O grande motim", de 1962, que tinha o ator Marlon Brando como
protagonista.
Fonte: O Dia Online