02/10/2013 - 14h05
Leandra Felipe*
Correspondente Agência Brasil/EBC
Correspondente Agência Brasil/EBC
Bogotá – A decisão dos Estados Unidos de expulsar três diplomatas
venezuelanos, anunciada como medida de reciprocidade pela expulsão de
diplomatas norte-americanos, foi recebida hoje (2) com críticas pelo
governo da Venezuela. Em comunicado sobre a retaliação, o Ministério das
Relações Exteriores do país disse "não considerá-la recíproca", porque
os funcionários venezuelanos não tiveram uma má conduta diplomática.
A expulsão dos diplomatas norte-americanos foi anunciada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segunda-feira (30).
Segundo ele, os funcionários da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas
participaram de reuniões com a oposição no país para elaborar “planos
de sabotagem energética e econômica”.
Na nota que reage à decisão dos Estados
Unidos, o governo venezuelano disse que seus diplomatas não tiveram a
mesma atuação. “Eles não ousaram, em nenhum momento, participar de
reuniões com grupos contrários ao governo do presidente Barack Obama e
com pessoas interessadas em atuar contra o governo americano”,
acrescentou o comunicado.
De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, o encarregado de
negócios da Venezuela em Washington, Calixto Ortega, já foi notificado
sobre a expulsão. A segunda-secretária da embaixada, Mónica Alejandra
Sánchez Morales, e a consulesa venezuelana na cidade de Houston, Marisol
Gutiérrez de Almeida, também terão de deixar o país.
Em uma entrevista coletiva ainda na Venezuela, Kelly Keirderling,
uma das diplomatas norte-americanas expulsas e ex-encarregada de
negócios em Caracas, lamentou as acusações recebidas quanto à sua
suposta participação em planos de sabotagem do sistema elétrico.
“Meu trabalho era o que comumente fazem os diplomatas para entender
bem o país. Todas as acusações de sabotagem, de conspiração, de que nós
vamos acabar com o mundo, todas são falsas", disse aos jornalistas em
Caracas.
No comunicado divulgado hoje, o governo venezuelano considerou que
as declarações de Kelly Keirderling comprovam as acusações feitas pelo
presidente Nicolás Maduro. “Essas declarações são uma confissão aberta
da ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos da Venezuela, por
isso a funcionaria foi considerada persona non grata”, disse o texto.
Maduro apresentou um vídeo com fotografias que, segundo ele,
comprovam a participação de Kelly e seus colegas em uma reunião com uma
organização da extrema direita no país.
Para adotar a medida de reciprocidade, o governo norte-americano
disse ter se embasado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
De acordo com a explicação, a convenção permite executar a medida de
expulsão sem explicitar motivos ou razões.
Com informações da TV multiestatal de televisão Telesur e da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
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